Brasil deve enviar técnicos à Venezuela para enfrentar crise de energia do país

25/01/2010 - 15h09

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em meio a uma crise no setor elétrico, ameaças de falta de energia eágua na Venezuela, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, pediu ajudaao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Chávez apelou a Lula para queenvie à Venezuela técnicos e especialistas de alto nível. A ideia é queos profissionais encontrem uma alternativa que evite a execução de umsegundo plano de racionamento de energia.Na conversa, Chávezdisse a Lula que está preocupado com o agravamento da falta de energia, em decorrência da redução dos níveis de água da principalbarragem do país. O venezuelano lembrou que o Brasil viveu situaçõesanteriores de crise e superou o problema. Por esta razão, Chávez disseque precisava do apoio do presidente brasileiro para buscar uma solução.Ospresidentes Chávez e Lula definiram a parceria. Os técnicos eespecialistas serão enviados ainda esta semana para a Venezuela,segundo afirmaram à Agência Brasil negociadores que participam dasarticulações. Os profissionais vão trabalhar em parceria com ocomando da Corporação Elétrica Nacional, a estatal venezuelana quecuida do setor. A chegada dos brasileiros a Caracas deve coincidir coma realização de discussões entre os venezuelanos para pôr em prática umsegundo plano de racionamento de energia.O ministro de EnergiaElétrica da Venezuela, Alí Rodrígues Araque, disse hoje (25), depois deuma reunião técnica, que está em estudo um outro plano de racionamento para a região de Caracas. Desde o dia 12, está emexecução na Venezuela um plano de racionamento de energia elétrica.Foram implementadas reduções nos horários de trabalho, além do estímuloà substituição das lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes - queconsomem menos energia. Asdificuldades em relação ao abastecimento de energia na Venezuela foramagravadas no final do ano passado com a redução dos níveis da água na Barragem Guri – a principal do país. Nesta barragem está o complexohidrelétrico que produz 70% da eletricidade na Venezuela. A preocupaçãomaior é que os níveis de água da barragem têm reduzido, em média, 11 centímetrospor dia. No fim do ano passado, Chávez chegou a ir àtelevisão e pediu que os venezuelanos evitassem longos banhos, assimcomo não utilizassem banheiras. Bem-humorado, ele afirmou ainda que oideal era não cantar durante o banho, porque isso prolongaria o tempode uso de água.