ONU poderá modificar o mandato da Força de Paz no Haiti

16/01/2010 - 14h52

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, estimou queos militares brasileiros poderão passar mais cinco anos noHaiti, onde comandam a Missão das Nações Unidaspara a Estabilização no Haiti (Minustah), desde junho de 2004. O prazo da presença e o comando brasileiros naForça de Paz dependerão dos desdobramentos da açãohumanitária e da reconstrução do país.

A Forçade Paz com contingente de 6.700 homens de 16 países estáno Haiti cumprimento de um mandato do Conselho de Segurança dasNações Unidas (ONU), que há seis anos atendeu opedido do governo interino haitiano para que uma forçainternacional apoiasse transição políticapacífica e constitucional e mantivesse a segurançainterna do país mais pobre do ocidente.

“O batalhão não pode se afastar da sua missão”,disse em Brasília o general Jorge Armando Félix,ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidênciada República, após a 7ª reunião do gabinetede crise do governo federal que acompanha a situação doHaiti.

SegundoFélix, a Força de Paz tem uma missão diferenteda ação humanitária e voltará a se ocuparda segurança interna. “Progressivamente cada um vai ocupar oseus espaços”, disse, fazendo menção àForça de Paz e a outros contingentes que estão chegandoao Haiti para prestar auxílio. Os Estados Unidos preparam-separa mandar 10 mil homens para o país

Félix afirma que o governo brasileiro nãosabe se terá de aumentar efetivo de militares na Forçade Paz, prorrogar presença no Haiti ou se seránecessário mudar o mandato da Minustah. Ele,no entanto, avalia que a presença brasileira nos últimosseis anos,“impõequase uma obrigação” de que o país aumente emantenha ajuda. Segundo ele, um novo contingente de militaresbrasileiros já está preparado para substituir ossoldados que estão no país.

Conformeo Almirante Paulo Zúccaro, subchefe de Comando e Controle doEstado Maior do Ministério da Defesa, “é possívelque haja mudança”, mas por enquanto a Força de Pazcontinua cumprindo tarefas de segurança determinadas pelomandato da ONU. “Essa éatribuição principal”, disse o embaixador AntônioSimões, subsecretário-geral da América do Sul doMinistério das Relações Exteriores.

Para odiplomata, o Haiti “está em uma situaçãolimite” e para mudar o mandato “é preciso que hajaavaliação”. O embaixador negou que a expressivapresença americana pós-terremoto possa gerar situaçõesde duplo comando. Segundo ele, “tudo se passa em clima de harmoniae entendimento”. Há uma preocupação dogoverno brasileiro dwe que a situação do país apóso terremoto gere instabilidade e traga situações dedescontrole e até guerra civil.