Bachelet prepara-se para deixar governo, mas tem planos de voltar em 2014

16/01/2010 - 10h15

Renata Giraldi
Enviada Especial
Santiago - Apontada como uma das líderes mais bem avaliadas no mundo,atingindo 81% de aprovação popular, a presidente do Chile, MichelleBachelet, de 58 anos, deixa o governo em marçocom com planos de retornar ao Poder em 2014. A presidente já confirmouque pretende disputar novas eleições. Mas antes de transmitir o cargoao sucessor, Bachelet fará uma espécie de tour pela América Latina. Porenquanto o Brasil não está incluído, porém, ela pretende ir à Colômbia,Argentina e Uruguai.Os assessores da presidente afirmam que seuobjetivo é intensificar as relações multilaterais com os paísesvizinhos. Na prática com a iniciativa Bachelet reforça sua imagem delíder no cenário internacional. Segundo especialistas, ao longo de seugoverno, ela se concentrou em duas frentes - executar políticas sociaise ampliar as relações econômicas com os parceiros mais próximos. Atéentão a tradição chilena era de estreitar as relações com os europeus enorte-americanos.Sem dívida externa, o Chile é credor líquido eainda responsável pela maior reserva mundial de cobre detendo 40% daprodução. Consciente do poder de seu país, Bachelet buscou consolidarexternamente a imagem do Chile e ampliar oportunidades de comércio. OBrasil é um dos principais parceiros dos chilenos, ocupando o 8º lugargeral, e 1º na América Latina.Em 2005, a eleição de Bacheletfoi um  marco para o Chile cuja memória histórica registra 17 anos deuma das ditaduras mais violentas da América Latina. O general AugustoPinochet - morto em 2006 - é acusado pelo desaparecimento de cerca de 3mil pessoas. O pai de Bachelet foi uma das vítimas da ditadura. Militare assessor do ex-presidente Salvador Allende não resistiu às pressõesdo regime autoritário e morreu.Mãe de três filhos e separada, Bachelet representou a renovação em uma sociedade conservadora e comresistências à discussão de vários temas, como a legalização da uniãocivil entre pessoas do mesmo sexo, o chamado aborto terapêutico emudanças na Lei de Anistia. Todos estes assuntos foram abordadosdurante a campanha eleitoral de sucessão à Bachelet.