Toffoli vota pela rejeição de denúncia contra Azeredo

03/12/2009 - 15h48

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) José Antônio Dias Toffolise posicionou contrário à aceitação da denúncia contra o senadorEduardo Azeredo (PSDB-MG), no processo que apura o esquema de corrupçãoconhecido como “mensalão mineiro”. Toffoli, que no mês passadointerrompeu o julgamento com um pedido de vista, alegou que não háprovas da participação individual de Azeredo no esquema. Azeredo é oúnico denunciado no processo.“Não vi um ato sequer praticadopor Eduardo Azeredo que justificasse a aceitação de denúncia contraele. As citações que ocorrem na própria denúncia não necessitam demanifestação da defesa porque elas não estão na acusação.Não se imputa nenhum fato a Eduardo Azeredo, a não ser que ele tenhasido o principal beneficiado porque era candidato à reeleição”, disseToffoli, há pouco, para considerar inepta a denúncia.Durante aleitura do voto, Toffoli chegou a ser interpelado pelo relator dadenúncia elaborada pelo Ministério Público, ministro Joaquim Barbosa,que votou pela aceitação das denúncias de peculato e lavagem de dinheiro. Ao comparar as contas de Azeredoàs contas das demais campanhas da época, Toffoli citou os valores declarados das campanhas à Presidencia e a de Itamar Franco.“O que as contas do Itamar tem a ver com o processo?”, questionouJoaquim Barbosa. Toffoli retrucou: “O senhor deu seu voto e eu não dissenada. Ouvi-o por dois dias e agora quero prosseguir no meu voto”. A retomada do julgamento teve início às 15h05. O Supremo teráque decidir se aceita ou não a denúncia de suposto caixa dois nacampanha de Azeredo à reeleição ao governo de Minas Gerais, em 1998. Naépoca, Azeredo foi derrotado por Itamar Franco.Iniciado no dia 4 de novembro,o julgamento acabou interrompido no dia seguinte, após um pedido devista de Toffoli. Somente o relator do caso, Joaquim Barbosa, haviavotado. Ainda restam nove ministros para votar.O julgamento foi interrompido há pouco para o café da tarde dos ministros e deverá ser recomçado em 20 minutos.