Enviado dos EUA chega hoje a Honduras para tentar pôr fim à crise política

27/10/2009 - 23h03

Fernando Freire
Enviado especial
Tegucigalpa (Honduras) - Com um golpe de Estado em vigor háquatro meses e negociações sem consenso entre os governos golpista e deposto,chega hoje (28) a Honduras o secretário-assistente para o Hemisfério Ocidental,Thomas Shannon. O enviado da secretária do Departamento de Estado, HillaryClinton, tem como missão fazer com que os dois lados cheguem a um consenso,principalmente porque os Estados Unidos têm importância significativa para aeconomia hondurenha.O país é responsável por dois terços das exportações de Honduras e milhares dehondurenhos que vivem nos EUA enviam dinheiro para o local de origem. ThomasShannon é cotado para ser o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, mas issoainda depende do aval do Senado norte-americano.O secretário de Assuntos Políticos da Organização dosEstados Americanos (OEA), Victor Rico, chegou ontem (27) a Tegucigalpa, tambémcom a missão de ajudar a resolver o impasse. “Há esperanças de se chegar a umacordo, por isso estamos aqui. Mas para isso, é preciso um empurrãozinho final”,disse Rico.Enquanto a comunidade internacional pressiona para solucionara crise, no cenário interno, a violência ganha mais espaço. Nos últimos dias,ocorreram crimes com prováveis motivações políticas. O pai do vice-ministro daDefesa hondurenha, Alfredo Jalil, de 81 anos, foi sequestrado quando saía decasa ontem (27). O carro dele foi encontrado abandonado a 4 quilômetros docentro da capital Tegucigalpa.No último fim de semana, foram assassinados um sobrinho dopresidente Roberto Micheletti e o chefe de um setor das Forças Armadas. EnzoMicheletti, de 24 anos, foi morto numa cidade a 300 quilômetros da capitalhondurenha. Já o militar Concepción Jiménez foi assassinado na porta de casa nanoite de domingo (25).A polícia hondurenha não vê relações entre os trêscrimes, mas não descarta motivação política. “Essa hipótese está sendocogitada, mas é a última das que estão em jogo”, disse o comissário OrlinCerrato, relações públicas da corporação.