Especial - Indústria se preocupa com câmbio e custo do investimento na fase pós-crise

15/09/2009 - 15h44

Daniel Lima, Kelly Oliveira e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O câmbio e o custo dos investimentos no Brasil são asprincipais preocupações da indústria no atual momento econômico. A afirmação é do presidente daConfederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro, que participou hoje (15) de reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).ParaMonteiro, é preciso desonerar a folha de pagamentos e rever os tributos diretos que incidem sobre as operações das empresas. Eledisse que quem investe também olha o câmbio. “Se a plantaindustrial está voltada para o mercado externo, o câmbio afetadiretamente a remuneração do exportador. E se o câmbio incentiva muitoa importação, haverá uma concorrência muito maior de produtosimportados [no país].”Apesar desses dois fatores,Monteiro afirmou que a economia brasileira tem uma dinâmica queestimula os investimentos por parte do setor privado. “Do investimento global daeconomia brasileira, 90% quem banca é o setor privado. O setor públicono Brasil só investe um 1% do PIB [Produto Interno Bruto]. E grande parte doinvestimento do setor privado é fruto de autofinanciamento”, disse. O presidente da CNI acredita que o momento mais agudo da crise passou e que o país "fez uma travessia bem sucedida no processo deenfrentamento da crise”. “Há sinais derecuperação em todos os setores. Mas só vamos dizer que superamos acrise quando voltarmos ao níveis de produção pré-crise e isso aindaestamos longe de alcançar", afirmou. Namesma reunião, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que avalorização cambial é um sinal de melhoria da economia brasileira.“Pode existir um pouco de especulação. Mas não pretendemos mudar deregime cambial [flutuante]”, disse. Segundo Mantega, é preciso fazer esforço para reduzir os custos, “que atrapalham a produção brasileira”.Para o ministro, o principal alvo da redução da carga tributária sãoos investimentos. “Temos que aproveitar as economias mais fracas, paraganhar mercado”, observou.Hoje, o presidente do BancoCentral, Henrique Meirelles, pediu aos empresários que invistam naprodução. “É fundamental que os empresários se antecipem, já comecem ainvestir para preparar o país para atender a esta demanda que já estácrescendo”, disse Meirelles, que também esteve na reunião do CDES. Segundo ele, há aumento das vendasno varejo, geração de emprego e sustentação da massa salarial.