Cresce número de consumidores que quitam dívidas no comércio do Rio

13/08/2009 - 17h21

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O número de consumidores quecolocaram em dia as dívidas atrasadas subiu 6,9% no comérciovarejista do Rio de Janeiro em julho, na comparação como mês anterior, de acordo com dados divulgados hoje (13) peloServiço de Proteção ao Crédito (SPC) doClube dos Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL/Rio). Emcomparação a julho do ano passado, as dívidasquitadas mostraram expansão de 3,4%. A inadimplênciacresceu 2,6% e as consultas caíram 8,3%.

O economista do CDL/Rio, Fernando Mello, disse, em entrevista à AgênciaBrasil, que é o terceiro mês consecutivo de aumentodas dívidas quitadas. Os dados também mostraram, namesma base de comparação, que cresceram 2,2% asconsultas que indicam o interesse do cliente em comprar a crédito,enquanto a inadimplência caiu 2,8%.

“Isso quer dizer queembora a nossa expectativa de aumento de vendas ainda nãoesteja nítida, você já sente que estácomeçando a haver uma reversão daquela tendênciade vendas estacionárias. As vendas não estavam secomportando de uma forma pessimista, mas não tinham ainda umatendência otimista. Agora, a gente começa a sentir queestá havendo uma reversão e essa turbulênciafinanceira começa a se dissipar”, afirmou.

Para o economista, ocrescimento da quitação de dívidas significa queos clientes estão recuperando suas posições decrédito e se preparando para consumir no futuro. SegundoFernando Mello, isso mostra que a passagem de uma situaçãode estagnação de vendas, provocada pela criseinternacional, para uma situação de perspectiva demelhoria de vendas já começa a acontecer.

Nos sete primeirosmeses deste ano, as dívidas quitadas cresceram 0,3%, ainadimplência subiu 3,4% e as consultas diminuíram 7,8%em comparação ao acumulado janeiro/julho de 2008. Oeconomista alertou, contudo, que no primeiro semestre do ano passado,o movimento do comércio ainda não havia sido atingidopela crise externa, que se acentuou a partir de setembro.

Mello observou que aocontrário de nações mais desenvolvidas, em que aatividade comercial sofreu forte perda em decorrência da crise,o comércio lojista brasileiro, em especial o ramo mole dovarejo (vestuário, alimentação, calçados),ignorou a crise global. “E, mesmo diante das incertezas, nãoevitou as promoções e ofertas”.

Na avaliaçãodo economista do CDL/Rio, o desempenho apresentado pelo comércioacabou constituindo um dos principais fatores que atenuaram a criseno Brasil.