Lula destaca importância de democratizar a cultura

27/07/2009 - 9h43

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Opresidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje a democratizaçãoda cultura, em seu programa semanal de rádio Café com o Presidente.Lula afirmou que é extremamente importante a cultura estar ao alcancedo povo. O ministro da Cultura,Juca Ferreira, também participou do programa.

Nasemana passada o governo enviou um projeto de lei ao CongressoNacional que cria o Vale-Cultura, com valor nominal de R$ 50. Duranteo programa, Lula explicou o objetivo do Vale-Cultura, que é criarpossibilidades para que as pessoas mais pobres tenham acesso aatividades culturais, a livros e DVDs.

JucaFerreira destacou que a iniciativa deve permitir que um número entre12 e 14 milhões de brasileiros comece a frequentar cinemas, teatros,tenha a possibilidade de comprar CDs, s e livros. Segundo o ministro,o funcionamento é muito simples e muito semelhante ao Vale-Refeição.“Só que em vez de alimentar o estômago vai alimentar o espírito”,disse.

Oministro lamentou que o país viva em um apartheid cultural.“O número de brasileiros que tem acesso à cultura é muitopequeno, nunca chega a 20%. A única exceção é a TV aberta”

JucaFerreira lembrou que apenas 14% dos brasileiros vão ao cinema umavez por mês com alguma regularidade, 96% dos brasileiros nuncaentraram num museu, 78% da população nunca viram um espetáculo dedança, 93% nunca foram a uma exposição de arte.

“Ouseja, a gente até hoje nesses 500 anos de Brasil, não conseguiuintegrar a população brasileira na cultura”.

Lulaafirmou que, além de trabalhar, constituir família e cuidar dela, opovo precisa ter acesso à cultura. Para ele, a cultura tem que estarao alcance de todos e o cidadão que mora na periferia a duas horasde ônibus do centro de uma capital não deveria pagar dois ônibuspara ir ao cinema, por exemplo.

“Éo cinema que tem que estar mais próximo dele, é o teatro que temque estar mais próximo dele”.

Opresidente deixou claro ainda que esse é apenas o primeiro passo,pois espera se unir aos prefeitos, governadores e empresários paralevar atividades culturais à periferia mais “longínqua, onde aspessoas estão, a possibilidade de acesso ao conhecimento cultural”.