Diplomata critica ideia de cultura como um grande negócio

27/07/2009 - 8h38

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O chefe da Representação do Ministério daCultura no Rio de Janeiro, Adair Leonardo Rocha, afirmou que, doponto de vista conceitual, a ideia da cultura como um grande negócionão é correta. “Porque cultura é muito mais que isso”.Segundo ele, é com base nisso que o ministériovem empreendendo esforços para aprofundar as políticas públicas,de modo a consolidar uma visão cultural brasileira que abranja asdiferentes linguagens, com prioridade para os espaços periféricos,“onde existam os pressupostos do acesso e do direito que todo mundotem à cultura”.Nesse sentido, Rocha destacou a importância doVale-Cultura, lançado na semana passada pelo governo federal. Inicialmente, o Vale-Cultura será distribuído a2 milhões de trabalhadores. O cartão terá valor mensal de R$ 50,00para gastos em cultura. Rocha comentou que, do ponto de vista daformação do público e da produção das artes, o cartão “vaitrazer uma mudança enorme”, porque promoverá uma grandecirculação de dinheiro no país.Rocha destacou que o Plano Nacional da Cultura quevem sendo formatado pelo governo vai estabelecer critérios claros departicipação da União, estados e município no direcionamento deverbas para a cultura.“Isso vai ampliar em muito as verbasorçamentárias da cultura. Então, é cultura como expressãosimbólica, como cidadania e como economia”.Para Rocha, quanto mais acesso da população àcultura mais a renda do setor aumenta, da mesma forma que o consumo.Ele reconheceu que o aspecto da cultura como economia tem sido poucotrabalhado no Brasil.A política de aumento dos pontos de cultura emnível nacional vai nessa direção. Cada ponto de cultura com astrês cotas que recebe da União, estado e município, no total de R$160 mil, é um gerador de emprego direto e vai fortalecendo alinguagem específica de cada grupo.