Lula propõe reunião de países da América Latina com OMS para discutir gripe suína

24/07/2009 - 0h33

Mylena Fiori
Enviada especial
Assunção (Paraguai) - O presidente LuizInácio Lula da Silva propôs, hoje (24), a realização de umareunião entre ministros da saúde latino-americanos, laboratóriosfarmacêuticos e a Organização Mundial da Saúde (OMS) para tratarda quebra de patentes de medicamentos e vacinas contra influenza A(H1N1) – gripe suína. A sugestão foi feita durante a Cúpula deChefes de Estado do Mercosul e dos Estados Associados, que se realizaneste momento em Assunção.O encontro ocorreria emtorno do dia 10 de agosto, em Quito, no Equador, paralelamente àcúpula de líderes da União das Nações Sul-Americanas (Unasul).Ontem (23), ministros da saúde e de desenvolvimento social da regiãojá haviam tratado sobre o tema, que deve constar na declaraçãofinal dos presidentes.Lula também falousobre os efeitos da crise econômica mundial na região, frisando queos países sul-americanos não foram tão afetados porque nãoseguiram a cartilha das instituições multilaterais e apostaram nofortalecimento do Estado. “A mão invisível do mercado não foicapaz de oferecer soluções economicamente responsáveis esocialmente justas. Foi a mão visível do Estado que começou aretirar a economia mundial da beira do abismo”, discursou opresidente.“No Brasil, porexemplo, mantivemos e fortalecemos os bancos públicos e um Estadoregulador vigoroso, que impediu a repetição da aventura financeirapraticada nos centros do capitalismo mundial”, afirmou, destacandoser necessário assegurar também os níveis de emprego e produção.O presidente alertou,no entanto, que é preciso evitar a adoção de medidasprotecionistas, que ganharam força após a crise. Em resposta àscríticas dos sócios menores quanto às barreiras impostas aolivre-comércio na região, Lula lembrou que no primeiro semestre de2009 as importações brasileiras dos demais sócios do Mercosulalcançaram o recorde de cerca de US$ 15 bilhões.“Nosso processo deintegração ainda se defronta com dificuldades, mas os críticos daintegração regional não podem desconhecer certas realidades. Foigraças ao dinamismo do comércio sul-sul, e em especial do comérciointramercosul, que conseguimos atenuar o impacto decorrente daredução da demanda dos países desenvolvidos”, ponderou.Na avaliação de Lula,a integração não avançará se os benefícios do desenvolvimentonão forem distribuídos de forma “solidária e equilibrada”entre os sócios. “Nenhum de nossos países pode se desenvolverseparado de seus vizinhos. Não pode haver ilhas de prosperidadecercadas de mares de desigualdade”, afirmou.