Visitas guiadas marcam os 100 anos do Theatro Municipal

14/07/2009 - 15h32

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Mais de 300 operários trabalham para entregar o Theatro Municipal do Rio de Janeiro restaurado.Muito maior, porém, é número de artistas e técnicos que contribuírampara a tradição da casa, que hoje (14) completa 100 anos.Por causa de um pequeno atraso, a reforma só deve ser concluída em novembro. Por isso, parte das comemorações do centenário é realizada do lado de fora doteatro, na praça da Cinelândia, no centro.  No local, foi montada umatenda com capacidade para 1,1 mil pessoas. Para garantir bons lugaresdesde cedo, muitas delas se aglomeram em uma longa fila.Aprogramação começou às 10h com apresentações musicais. Por volta das14h, entrou em cena o ballet, que vai encenar trechos de o Quebra-Nozes,O Corsário e Coppélia, trazendo as principais estrelas da casa, como abailarina Ana Botafogo. Do lado de dentro, embora os andaimes ocupem boa parte do espaço, o público pode conferir o andamento da reforma - a quarta,desde a inauguração da casa. A cabeleira Iraci Gonçalves conta querealizou um sonho ao conhecer o teatro por dentro. “Sempre passoaqui e vejo por fora.” “Adorei tudo o que vi. Tem unslustres antigos, que vieram de fora [do país], as pinturas debailarinas na entrada. É emocionante”, completou. Até o início datarde, mais de 1,5 mil pessoas participaram das visitas guiadas e afila ainda estava dando voltas no teatro.No passeio, osvisitantes têm que usar capacetes por conta da obra, que está dando o ar original ao teatro, inspirado na Ópera de Paris. No trajeto,uma pintura recém-descoberta de Eliseu Visconti, além de pinturas eesculturas do início do século 20.Para recuperar as peças ea fachada original, o superintende do Patrimônio Histórico Nacional(Iphan), Carlos Fernando de Andrade, que supervisiona a restauração, disse que estão trabalhando técnicos renomados. “Além de brasileiros,ingleses estão atentos às reformas de máquinas, italianos cuidam domármore e argentinos das telas”.“O teatro estava abandonado hádécadas. Toda a cobertura de cobre, por exemplo, é nova. As abóbadas eos vitrais foram refeitos, os mármores da fachada estão sendo limpos. Aparte de infraestrutura sanitária dos banheiros, de eletricidade, queestava uma calamidade, está tudo sendo refeita. Enfim, é um teatronovo", comentou Andrade.Para marcar o fim das comemorações dos 100 anos, às 20h,o coro, o ballet e a orquestra sinfônica, regida pelo maestro RobertoMinczuk, apresentam-se juntos.