OCDE sugere que país reduza metas de inflação a partir de 2011

14/07/2009 - 0h24

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Documentoda Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico(OCDE) sugere que o país reduza as metas de inflação em 2011. Aestimativa para o crescimento da economia em 2010 é de 4% e paraeste ano a projeção é de -0,8%. O documento BrazilianEconomic Survey 2009foi divulgadohoje (14) pela instituição e pelo ministro da Fazenda, GuidoMantega.

De acordo com o documento, a inflaçãoterminaria os dois anos em 4,2% e o déficit em contacorrente deve ficar em US$ 18 bilhões neste ano e em US$ 22 bilhões em 2010.Em percentual do Produto Interno Bruto (PIB – a soma de tudo o quese produz no país), isso representaria -1,3% e -1,4%.

Segundo o documento, embora o Brasil não tenhasaído ileso da crise econômica, a recuperação em curso deveráganhar maior ritmo a partir da segunda metade de 2009 e em 2010. Opaís continuará a consolidar a política macroeconômica,combinando metas inflacionárias, políticas de câmbio flutuante ede gestão orçamentária, além de responsabilidade na administraçãodas contas externas, que tem permitido ao país se recuperar dacrise.

AOCDE recomenda que não se percam de vista os desafios de longo prazopara reforçar a continuidade do potencial de crescimento do país. AOCDE considera adequadas as medidas adotadas a curto prazo pelogoverno para enfrentar a crise global.

Ostécnicos consideram também que as ações para fortalecer aliquidez bancária desde o início da crise têm sido importantes,mas deve haver uma maior flexibilização monetária nos próximosmeses. A política fiscal não compromete a longo prazo asustentabilidade da dívida pública.

Paraa OCDE, o Brasil tem um sistema fiscal complexo, que conduz a umaguerra fiscal predatória entre os estados e superar essasdificuldade é de extrema importância. O documento cita a reformatributária que está em discussão no Congresso Nacional, que cria oImposto sobre Valor Adicionado (IVA). O texto sugere que haveránecessidade de apoio, especialmente entre os governos estaduais, paragarantir o sucesso da reforma.

Deacordo com o documento, o governo brasileiro é um grande gastadorpelas normas do mercado emergente e, em alguns aspectos, emcomparação com os países da organização. Sendo que os resultadosnem sempre são compatíveis sugerindo ganhos de eficiência nasoperações do governo.AOCDE também desaconselha outros estímulos fiscais, a menos que adesaceleração revele ser muito mais grave do que o esperado. Oconsequente abrandamento da atividade, juntamente com o desinflaçãorápida prepararam o caminho para sucessivos cortes na política detaxas de juros no primeiro semestre de 2009.