IBGE mapeia animais aquáticos com risco de extinção no país

10/07/2009 - 13h28

Thaís Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Existem atualmente no país 238 espécies e subespécies de peixes einvertebrados aquáticos ameaçados de extinção. Entre elas, 41apresentam estado mais crítico, como o marisco-do-junco, o ouriço-do-mar irregular, o cação-bico-doce e o surubim.A maioria dessesanimais com risco de desaparecer tem seu habitat em regiõesde Mata Atlântica e em estados litorâneos, onde a ação do homem,principalmente com o crescimento das construções imobiliárias,interfere no ciclo natural das espécies.A informação constado documento Fauna Ameaçada de Extinção: InvertebradosAquáticos e Peixes – 2009, divulgado hoje (10) pelo InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O documento é oquarto e último de uma série lançada pelo órgão, desde 2006,trazendo informações sobre aves; mamíferos, répteis e anfíbios;e insetos e outros invertebrados terrestres que podem entrar emextinção, totalizando uma lista de 632 espécies.Segundo Lícia LeoneCouto, bióloga do IBGE, a extinção dos animais está ligada àatividade humana. "A principal causa de extinção é adestruição do habitat das espécies e isso ocorreprioritariamente pela ação do homem. Por isso, o mapa aponta maiorrisco de extinção de animais que têm maior ocorrência em cidadescosteiras, que têm grande atividade de construções imobiliárias",explicou.De acordo com o mapa, os cinco estados em que o risco de extinçãodessas espécies é maior são: São Paulo, onde existem 86 espéciese subespécies ameaçadas; Rio de Janeiro, com 76; Rio Grande do Sul,que tem 55; Bahia, com 51; e Paraná, com 43.A bióloga destacoucomo fatores que aceleram o processo de extinção a poluição daságuas, a sobrepesca, a pesca esportiva e o comércio de peixesornamentais. Lícia Leone Couto citou o caso do tubarão, cujabarbatana, altamente valorizada no mercado internacional, pode servendida por até US$ 1 mil o quilo.O mapa de invertebradosaquáticos, assim como os outros três mapas já produzidos peloIBGE, foram desenvolvidos com base na Lista das Espécies da FaunaBrasileira Ameaçada de Extinção, publicada em 2004 pelo InstitutoBrasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).Para o coordenador de Recursos Naturais e Estudos Ambientais do IBGE,Celso José Monteiro Filho, o documento ajuda a alertar a populaçãosobre o real risco que as espécies correm e a orientar políticaspúblicas.“Quando os dados sãoorganizados espacialmente em um mapa, é possível observar a realsituação da conservação das espécies da fauna brasileira e, comisso, nortear ações públicas de preservação, como a criação denovas unidades de conservação, além de disponibilizar materialrico a estudantes e pesquisadores da área”, ressaltou.