Brasil tem mostrado recuperação no comércio exterior, diz secretário

01/07/2009 - 19h23

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A queda nas exportações brasileiras chegou a 22,2% no primeirosemestre deste ano, comparada a igual período do ano passado, mas asimportações caíram ainda mais (28,9%), o que permitiu aopaís um saldo comercial de US$ 13,987 bilhões de janeiro a junho, com aumento de 23,8% sobre o acumulado do primeiro semestre de 2008.“Foium desempenho bem melhor do que as projeções pessimistas do início doano, sob o impacto da crise financeira internacional”, disse osecretário de Comércio Exterior, Welber Barral. Embora a corrente decomércio seja menor, ele entende que, “na realidade, o Brasil temmostrado recuperação de seu comércio exterior; principalmente de maio para cá”.Barralafirmou, porém, que o desempenho das exportações brasileiras dependemuito da recuperação dos parceiros comerciais, que têm comprado menosque nos anos anteriores. Ele disse esperar que, com a diversificação dapauta de produtos exportáveis e dos parceiros comerciais, a recuperação possa ser "mais rápida”.Osecretário informou que houve queda das exportações brasileiras paratodos os blocos comerciais, com exceção da Ásia, para onde o Brasilvendeu 15,8% a mais que no primeiro semestre de 2008. O crescimento foipuxado principalmente pela China, que aumentou em 42,3% as compras deprodutos brasileiros no período, firmando-se como principalparceiro individual do Brasil.A China importou US$ 10,455bilhões em produtos brasileiros, à frente dos Estados Unidos que, nomesmo período, compraram US$ 7,307 bilhões. Os Estados Unidos reduziram as importações brasileiras em43,3% na comparação semestral, por ter sido o país mais afetado pela crise mundial, que se deteriorou a partir de setembro do ano passado.De acordo com Barral, “a situação mais preocupante” para o Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior, é o comérciocom a Argentina, uma vez que as exportações para o país vizinhocaíram de US$ 8,589 bilhões, no primeiro semestre do ano passado, paraUS$ 4,936 bilhões no primeiro semestre deste ano, uma queda de 42,1%.Barraldisse que houve queda acentuada, de 40,3%, das exportações brasileiraspara países do Mercosul, e a Argentina, particularmente, segundo ele,teve retração acentuada de demanda interna para itens específicos comoautomóveis, têxteis, calçados, eletrodomésticos e móveis, dentreoutros. Mas a redução das importações argentinas está relacionadatambém com a edição de barreiras comerciais, no final de 2008.Aocomentar as queixas de setores exportadores nacionais, prejudicados coma política comercial argentina, Barral salientou que“o Brasil tem interesse no desenvolvimento conjunto eharmônico com seus parceiros, em bases recíprocas”. Ele negou, contudo,qualquer possibilidade de retaliação a respeito, afirmando que“qualquer decisão brasileira que envolva o Mercosul nunca será tomadade afogadilho”, mas sim em “alto nível”. O secretário referia-se à Câmara de ComércioExterior (Cacex), formada por ministros de Estado.