Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O administrador JoséAdriano Cordeiro Sarney, neto do presidente do Senado, José Sarney,negou que tenha se beneficiado do prestígio político do avô paraconseguir contratos de crédito consignado firmados entrefuncionários da Casa e o HSBC, banco no qual atua como gerente decrédito.Em carta enviada aojornal O Estado de S. Paulo, José Adriano diz que possuiqualificação para realizar esse trabalho e cita que se formou emadministração na Universidade de Sorbonne, na França e fezpós-graduação em Harvard, nos Estados Unidos.Essa qualificação, deacordo com a carta, fez com que José Adriano virasse gerente decrédico no HSBC. “Posteriormente, pelos conhecimentos na área,decidi atuar nesse mercado [de crédito consigado].”“Nunca tive qualquerfavorecimento, sou profissional qualificado, cuidando da minha vida”,diz a carta.O esquema do créditoconsignado no Senado é alvo de investigação da Polícia Federal.De acordo com reportagem publicada por O Estado de S. Paulo,de 2007 até hoje, a Sarcris Consultoria, Serviços e ParticipaçõesLtda, empresa de José Adriano, recebeu autorização de seis bancospara intermediar a concessão de empréstimos aos servidores comdesconto na folha de pagamento. O neto de Sarney disse que seu"carro-chefe" no Senado é o banco HSBC e que o faturamentoanual da empresa é de “menos de R$ 5 milhões".O senador Sarney tambémdivulgou nota confirmando as informações prestadas pelo neto edisse que os esclarecimentos “são suficientes para mostrar averdadeira face de uma campanha midiática para atingi-lo”.Na nota, divulgada hápouco, Sarney se valeu da proximidade política com o presidente LuizInácio Lula da Silva. “Não excluo a minha posição política,nunca ocultada, de apoio ao presidente Lula e seu governo”, citou.Hoje (25), Sarneypermaneceu em casa pela manhã e, de acordo com sua assessoria, nãocomparecerá ao Senado à tarde.