Professores da USP protocolam pedido de renúncia da reitora

10/06/2009 - 20h12

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp) protocolou no final da tarde de hoje (10) pedido de renúncia imediata da reitora da universidade, Suely Vilela. De acordo com o documento, entregue na reitoria, a solicitação foi feita em razão da ação da Polícia Militar no campus Butantã, na tarde de ontem (9). Em nota divulgada à imprensa, a Adusp afirma que a Universidade de São Paulo tem desrespeitado o princípio da gestão democrática do ensino público. A associação argumenta que não há participação de alunos, docentes e funcionários nas deliberações de conselhos de departamentos, congregações e do Conselho Universitário. “Nos últimos meses testemunhamos algumas dessas deliberações que, no lugar do diálogo, impõem de maneira autoritária suas decisões, gerando conflitos e desgastes desnecessários entre as partes envolvidas: demissão política de um dirigente sindical, o ingresso da USP na Univesp [Universidade Virtual do Estado de São Paulo], a reforma estatutária da carreira, as mudanças no exame vestibular, entre outras. As três últimas, aliás, foram tomadas sem razões acadêmicas que as sustentem”, diz a nota.A reitoria informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não vai se manifestar sobre o pedido dos professores.Veja abaixo a íntegra do documento entregue pelos professores à reitoria.“Os professores da Universidade de São Paulo, reunidos em Assembleia no dia 10 de junho de 2009, em face dos graves acontecimentos envolvendo a ação violenta da Polícia Militar no campus Butantã, vêm a público exigir:1- A renúncia imediata da professora Suely Vilela como reitora da Universidade de São Paulo;       2 - A retirada imediata da Polícia Militar do campus;       3 - Que a nova administração adote uma medida firme para impedir que as chefias e direções assediem moralmente os funcionários que exercem o direito de greve, de modo a criar condições objetivas para que os funcionários possam suspender os piquetes;4 - Que se inicie também imediatamente um processo estatuinte democrático.”