Governo atual tem mais condições de gerar desenvolvimento do que administrações passadas

28/05/2009 - 10h48

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O economista JoãoSicsú, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Riode Janeiro (IE/UFRJ), acredita que o atual governo apresenta mais condições de promover odesenvolvimento do Brasil com crescimento econômico do queos anteriores. O primeiro passo é tercrescimento”, afirmou em entrevista à AgênciaBrasil. Sicsú lembrou que o país experimentou uma situação dequase estagnação econômica até 2003, comrecuperação em 2004 e 2005, precedendo umperíodo de crescimento de 2006 até o terceiro trimestredo ano passado. “Que foi significativo e abriu espaço paranós discutirmos novamente o desenvolvimento”.Segundo o economista, ovocábulo desenvolvimento havia desaparecido da pauta dediscussões no país, “porque, na verdade, havia umahegemonia liberal no Brasil que enterrou a palavra desenvolvimento,que era sempre associada a planejamento”. Ele lembrou que isso ocorreutambém porque a conjuntura econômica apresentava muitainstabilidade e baixo crescimento."Com a entrada do país emuma situação de estabilidade macroeconômica comcrescimento, abriu-se a possibilidade de pensar qual é oprojeto de desenvolvimento que queremos para o Brasil",enfatizou Sicsú. Disse que o crescimento experimentado de 2006 até setembro de 2008 mostrou uma rota decrescimento com desenvolvimento. “Foi reduzido o índice depobreza e as desigualdades também se reduziram. Umadesigualdade muito importante que se reduziu no último triêniofoi [aquela] entre as rendas do capital e do trabalho”. Sicsúafirmou que nos anos compreendidos entre 2005 e2008, “recuperamos a proporção de renda edo trabalho do Produto Interno Bruto (PIB), que tínhamosperdido nos dez anos anteriores”. O PIB é a soma dos bens eserviços produzidos no país.O economista informou que de 1995 a2004, o Brasil perdeu de cinco a seis pontos no PIB de percentualde salário. Salientou, por outro lado, que, em quatro anos,essa posição foi recuperada. "Isso mostra queera crescimento com desenvolvimento”. Isso significa, avaliou JoãoSicsú, que aqueles que produzem podem adquirir aquilo que foiproduzido. “Quando mais salários temos dentro do PIB, nóstemos, enquanto trabalhadores, mais capacidade de comprar serviçose produtos que produzimos. E isso é desenvolvimento. Isso nãoé simplesmente crescimento. E isso foi feito entre 2005 a2008”. Em parceria com o economista ArmandoCastelar, também do IE/UFRJ, João Sicsúorganizou o livro do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada(Ipea) intitulado Sociedade e Economia: Estratégias deCrescimento e Desenvolvimento. O pré-lançamentodo livro é hoje (28) na PontifíciaUniversidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ). O lançamentooficial da publicação está marcado para o próximo mês, no Ipea.