Séries iniciais do ensino fundamental concentram maioria dos alunos de EJA no Nordeste

22/05/2009 - 11h08

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A retomada dos estudos pelos alunos de cursos de educação de jovens e adultos (EJA) na Região Nordeste ocorre na fase mais inicial do ciclo, revela levantamento divulgado hoje (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2007. Enquanto na média nacional o segundo segmento do ensino fundamental (da 5ª à 8ª séries do currículo antigo) respondia pela maior parte dos alunos que frequentavam a EJA (40%), no Nordeste o maior percentual de frequência (37,6%) foi verificado no primeiro segmento do ensino fundamental, que vai da 1ª à 4ª séries do currículo antigo.A Região Norte concentra 43,7% dos alunos da EJA no segundo segmento do ensino fundamental. Por outro lado, as regiões Sul e Centro-Oeste apresentaram as maiores proporções de frequência no ensino médio, antigo segundo grau (46,3% e 46,1%, respectivamente). De acordo com a gerente da Pnad, Maria Lúcia Vieira, os dados refletem as disparidades no acesso à educação nas regiões brasileiras. “Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, que a gente sabe que têm indicadores de escolaridade melhores em relação às demais, as pessoas deixaram o ensino regular mais tarde, avançaram mais nos estudos e, por isso, entraram em segmentos mais elevados no curso de educação de jovens e adultos. Já na Região Nordeste, que tem indicadores piores nesse campo, cerca de 38% das pessoas que procuraram a EJA foram fazer ainda no primeiro segmento.”Outro dado apontado pelo levantamento reforça as desigualdades regionais em termos de educação. Quando são analisados apenas os cursos de alfabetização de jovens e adultos, a constatação é que a Região Nordeste também é a que apresenta o maior percentual (3,6%) de pessoas com 15 anos ou mais de idade que frequentavam ou já haviam cursado EJA. O menor percentual, de 0,9%, foi observado no Sudeste.Essa parcela da população era formada em sua maioria por brasileiros com 50 anos ou mais de idade (44,7%).