ONS quer cobrar pela exportação de energia para países da América Latina

24/03/2009 - 17h24

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), órgão que reúne empresas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, quer rever o modelo de exportação de eletricidade. A idéia é cobrar pela energia. Hoje, em muito casos, os países cedem energia para os outros que, posteriormente, são obrigados a devolvê-la.O assunto está em discussão no Ministério de Minas Energia, no âmbito da secretaria-executiva. A informação é do diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, que participou hoje (24) de seminário no Rio. Segundo ele, um estudo com a proposta de pagamento pela exportação de energia deve ficar pronto no fim do ano.“[No modelo atual], você corre o risco da não devolução. Acho que a comercialização de energia entre os países tem que ser mais efetiva. A América do Sul é um continente pobre para você só trocar com devolução. Tendo a energia mais barata lá, manda para cá. Energia mais barata aqui, manda para lá”, afirmou em entrevista à imprensa.O diretor-geral disse que o ideal é a exportação por meio de contratos comerciais, que devem promover a regulação do mercado de energia entre os países. Porém, como “não há energia suficiente para isso, devemos, pelo menos, comercializar no curto prazo em função da disponibilidade e do risco”.Segundo Chipp, apesar de mais vantajosos para os exportadores, as mudanças no modelo de pagamento precisam ser aprovadas pelos países. “Embora seja uma vontade nossa de evoluir, dependerá do que os governos vão acordar”, destacou.No ano passado, o Brasil pegou emprestada energia argentina, com objetivo de elevar o volume estocado. Por sua vez, a Argentina utilizou energia brasileira no inverno, quando o consumo aumentou no país, devido à utilização de aquecedores.