Celso Amorim diz que diversificar parceiros comerciais deixa Brasil menos vulnerável à crise

16/03/2009 - 16h29

Eduardo Castro
Enviado Especial da EBC
Nova York (Estados Unidos) - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, dissehoje (16) que a opção brasileira de diversificar seus parceiros comerciaisajuda a deixar o país menos vulnerável no momento de crise. Masressaltou que esse posicionamento não enfraquece o relacionamento comparceiros de longa data. “O fluxo comercial entre Brasil e EstadosUnidos duplicou em seis anos e as exportações brasileiras para os norte-americanos cresceram mais do que as de todos os países que têm acordosde livre comércio com os Estados Unidos”, disse o chanceler.A estatística,segundo Amorim, enfraquece a tese de que o Brasil esteja perdendoespaço ao buscar mercados menos convencionais, como a América Latina,África e Oriente Médio. O ministro também rebateu críticas de que aaproximação com a África não tenha trazido benefícios econômicos aopaís. “Desde 2003, o comércio com a África passou de U$ 5 bilhões para U$ 26bilhões anuais. Se a África fosse um país, já seria o quarto parceirocomercial do Brasil”, disse o chanceler.Amorim foi o último dos ministros, queacompanham o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem aos Estados Unidos a falar noseminário sobre oportunidade de investimentos no Brasil. E aproveitoupara defender a retomada da Rodada Doha – negociação de novas regraspara o comércio mundial iniciada em 2001, no Catar, inconclusa atéhoje.“Os EUA não precisam ter receiode Doha”, declarou Amorim. “Doha não é um grande acordo de livrecomércio, mas uma mudança de regras para melhorar para todos. Visa,principalmente, chegar à eliminação de subsídios, implementar umsistema livre de cotas e tarifas para os países pobres e o reforçp dosistema multilateral, que fortalece, inclusive, a paz”, explicou Amorim.