Ex-diretor do Banco Central prevê redução maior da Selic

10/03/2009 - 20h10

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O resultado do crescimento da economia referente aos últimos meses de 2008, divulgado hoje (10), mudou projeções para a redução da taxa básica de juros, a Selic. A decisão sobre a nova taxa será divulgada amanhã (11) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Para o economista-chefe do Santander e ex-diretor do Banco Central, Alexandre Schwartzman, a expectativa é de um corte de 1,5 ponto percentual e não mais de um ponto percentual, como vários economistas previam antes.Um corte maior nos juros é visto pelos economistas como forma de estimular a economia. Além disso, eles vêem com bons olhos o fato da pressão inflacionária ter se reduzido. Schwartzman, no entanto, não descarta que haja algum risco de alta dos preços. Mesmo assim, segundo ele, promover o corte de juros, agora, com o objetivo de estimular a economia e o crédito, não tem o mesmo efeito que teria se a medida fosse adotada antes da crise. Isso porque há um comprometimento da renda, com aumento do desemprego e piora na inadimplência. Segundo Schwartzman, é possível que o crescimento da economia se mantenha no mesmo nível de 2008 ou mesmo apresente retração. “Será necessário um crescimento muito forte ao final do ano para conseguir um crescimento positivo”, disse.