Produtores paranenses reduzem produção de frango por causa da crise

24/02/2009 - 17h06

Lúcia Norcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - Desde novembro do ano passado, a avicultura de corte foi reduzida em 20% e o plantel dos próximos três meses deve ficar em torno de 400 milhões de matrizes. No  Paraná, principal produtor e exportador do Brasil, responsável por 27% da produção nacional, o abate de frango deve chegar a 95 milhões de cabeças/mês.Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, houve queda nas vendas para o exterior.  Em dezembro do ano passado,  as exportações brasileiras de carne de frango somaram 267 mil toneladas, uma queda de 11% em relação ao mesmo mês de 2007.A receita cambial no mês totalizou US$ 427 milhões, uma queda de 18% na comparação com dezembro de 2007.  Segundo o sindicalista, o resultado  levou a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef), a recomendar uma redução na produção destinada à exportação, para evitar um excesso de oferta. Deve-se deixar claro – explicou – que se trata de uma crise de liquidez tanto por parte dos produtores brasileiros como dos mercados compradores. Não é uma crise de demanda de alimentos.  “ A expectativa é que o ano de 2009 seja menos expressivo, mas com crescimento,  que deve ficar em torno de 5% nos volumes embarcados. No ano passado foi registrado um crescimento de 11% na comparação com 2007”, afirmou.O Brasil,  além de maior exportador, é o país que mais consome frango, numa média de 40 quilos por pessoa/ano. Segundo o presidente do Sindiavipar, a redução na produção não trouxe conseqüências para o setor como aumento no preço, pois os custos de produção estão equilibrados e nem houve, até agora, necessidade de promover demissões. “Este setor reage  com muita rapidez, se o mercado voltar a aquecer, precisamos no máximo de seis semanas para recuperar a produção”,  prevê o  presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná.