Faturamento da indústria eletroeletrônica cresceu 10% em 2008

17/02/2009 - 17h45

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A indústria eletroeletrônica faturou R$ 123,1 bilhões em 2008, 10% amais do que em 2007, de acordo com dados divulgados hoje (17), pelaAssociação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Para 2009, a estimativa da entidade é de crescimento de 4%, totalizando R$ 128,6 bilhões. Em dezembro, a projeção era que o faturamento do segmento poderia ser ampliado em 7% este ano.Ossetores que tiveram taxas positivas em 2008 foram os de Telecomunicações (23%),Equipamentos Industriais (18%), Geração, Transmissão e Distribuição deEnergia Elétrica (GTD) e Informática (12%), Automação Industrial (11%)e Material Elétrico de Instalação (9%). As áreas de ComponentesElétricos e Eletroeletrônicos e de Utilidades Domésticas registraram queda de 6% e 7% respectivamente.Segundoo presidente da Abinee, Humberto Barbato, os aparelhos de telefoniacelular contribuíram para a desaceleração em Telecomunicações e isso é resultadoda diminuição do nível de confiança do setor. “As pessoas estãodeixando fazer a substituição de seu telefone celular se ele estáoperando normalmente. Isso pesou significativamente na queda do volumede vendas e de produção do telefone celular”, avaliou  Barbato. Segundo ele, aqueda não era esperada. O que se esperava era uma regularidade nos níveisde venda ou crescimento por conta da entrada nos celulares 3G no mercado.Deacordo com o balanço, em 2008 a indústria ampliou o número deempregados  de 156,1 mil, no final de 2007, para 161,9 mil, no final de2008. No mês de setembro, no entanto, o contingente do setor chegou a ser maior, alcançando 165,1 mil trabalhadores.Barbato disse não acreditar que as demissões continuem. “As empresasestarão aqui na Abinee hoje para discutir conosco todas as medidas quesejam possíveis para evitar demissões no setor. Vamos tentar utilizartodos os mecanismos, tudo o que for necessário para evitar demissõesserá feito”, afirmou.Segundo os dados, as exportações do setoralcançaram os US$ 9,9 bilhões em 2008, 6% a mais do que registrado em 2007 (US$ 9,3 bilhões). As importações atingiram US$ 32 bilhões, comcrescimento de 33% de um ano para o outro.O déficit comercial dos produtos eletroeletrônicosatingiu US$ 22,1 bilhões no período. “Acreditamos que em 2009 as exportações possamser afetadas, mas várias empresas procuram novos nichos de mercado. Comisso poderemos ter umbom resultado nas exportações, justamente e função do encontro dessesnichos e porque o empresário é criativo”, disse Barbato.  De acordo com a expectativa aAbinee, as exportações devem chegar a US$ 9,2 bilhões em 2009.  Deacordo com presidente da entidade, a perspectiva para o resto do ano é a de que hajauma recuperação, já que o atual período do ano é caracterizado por estoques justos e as empresas podem deixar de comprar para reorganizar suas reservas. “Nós estamos no momento mais crítico da crise que são osmeses de janeiro e fevereiro e pode ser que a partir do mês de março comecemos a ver uma recuperação”, disse Barbato.Sobre a redução de 7% para 4% na estimativa da Abinee para o o faturamento do segmento em 2009, Barbato afirma que ela não é motivo para pessimismo e reflete apenas o quadro mais claro delineado no mês de fevereiro. “Evidentemente, nós pudemos perceber que o crescimento, infelizmente ,não deve ser mais naquele nível que esperávamos em dezembro, afirmou. Deacordo com o gerente de economia da Abinee, Luiz César Rojão, oconjunto da redução de preços, aumento de custo e negociação resultou num ambiente que se mostra propício ao consumo dosaparelhos de telefonia celular e de informática. “Veja só que apesar dacrise, os notebooks continuam vendendo bastante. Os produtos eletrônicosem geral tenderam ao aumento de preço em função do impacto do custo queeles tiveram em decorrência da desvalorização cambial”.  Para Rojão,   a tendência é que os computadores fiquem mais baratos permitindo que todas as classes sociais adquiram esses produtos.