Liberação de compulsórios já chegou a R$ 99,2 bi desde o agravamento da crise

09/02/2009 - 0h29

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A liberaçãode depósitos compulsórios, dinheiro que os bancos sãoobrigados a deixar depositado no Banco Central, chegou a R$ 99,2bilhões desde o agravamento da crise econômicainternacional, em setembro de 2008, até o final de janeirodeste ano. A informação é do presidente doBanco Central, ministro Henrique Meirelles que fez uma palestra no 4º Encontrode Lideranças, organizado pelo Conselho Federal de Engenheira,Arquitetura e Agronomia (Confea).De acordo com Meirelles,antes do agravamento da crise, em agosto de 2008 os depósitoscompulsórios somavam R$ 259,4 bilhões. “O Brasil nãoprecisa usar recursos públicos para injetar liquidez [dinheirodisponível] no mercado”, afirmou Meirelles. As medidasde liberação de depósitos compulsóriosforam adotadas para aumentar a oferta de crédito, que com acrise financeira internacional foi reduzida.Segundo o presidente doBC, as medidas do governo já estão surtindo efeito.Meirelles tambéminformou que, depois do agravamento da crise, o BC vendeu dólaresno mercado à vista (o dinheiro sai efetivamente das reservaspara o mercado), no total de US$ 14,3 bilhões até ofinal de janeiro. Os leilões de venda de dólares, comcompromisso de recompra pelo BC, somaram US$ 7,4 bilhões e osdestinados a financiar o comércio exterior chegaram a US$ 6bilhões. As operações de derivativos cambiaissomaram US$ 33,3 bilhões. O presidente do BC lembrou ainda damedida para financiar dívidas no exterior de empresasbrasileiras. Devem sair das reservas internacionais US$ 20 bilhõespara financiar 4 mil empresas. O presidente do BC disse que oBrasil entrou na crise em melhores condições do queoutros países emergentes. Ele citou as reservas internacionaisque somavam US$ 205,1 bilhões em agosto de 2008 e agora estãoem cerca de US$ 200 bilhões. Além disso, o crescimentodo país era sustentando pela demanda doméstica, comaumento da renda e do emprego. Segundo ele, outros países maisdependentes do comércio exterior têm uma posiçãomais fragilizada.