Crescimento do protecionismo preocupa OMC

09/02/2009 - 16h14

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A adoção de medidas protecionistascomo resposta à crise financeira internacional jápreocupa a Organização Mundial do Comércio(OMC). O temor motivou a realização de reuniãoinformal do Órgão de Exame de PolíticasComerciais, hoje (9), em Genebra. O diretor-geral da instituição,Pascal Lamy, apresentou informe sobre o impacto da crise no comérciointernacional e fez um alerta aos 153 países-membros da OMC:“As fracas perspectivas econômicas de cada membro se tornaramparticularmente vulneráveis diante da introduçãode novas medidas que bloqueiam o acesso a mercados e distorcem aconcorrência”. Lamy chamou atenção especialmentepara o impacto nos países em desenvolvimento, uma vez que, emmuitos deles, o crescimento econômico depende do comérciointernacional. Ele chegou a citar os presidentes do Brasil e dosEstados Unidos, Luiz Inácio Lula da Silva e Barack Obama, que têmdestacado a necessidade de resistir a pressões domésticaspor medidas protecionistas e de manter a economia aberta àcompetição externa. “Isso me faz crer que a situaçãoestá sob controle. Mas devo dizer que meu sexto sentido éde que estamos ainda num estágio inicial de políticascontra a recessão e devemos nos manter vigilantes”, afirmouLamy. “Os membros da OMC têm a responsabilidade de monitoraro desenvolvimento de políticas que estão tendo impactono comércio internacional e no sistema multilateral decomércio”, ressaltou.O diretor da OMC pediu um esforço coletivoe coordenado para evitar maiores danos ao comérciointernacional e defendeu a conclusão da Rodada Doha comoremédio anticrise. “Completar a Agenda de Desenvolvimento deDoha é nossa mais importante contribuição nessesentido. Esse ainda é o caminho mais seguro para defendermosnossos interesses comerciais individuais e o sistema multilateral decomércio contra a ameaça de explosão doprotecionismo”, ponderou.A preocupação já havia sidomanifestada a chanceleres e ministros de Comércio em jantar naSuíça, paralelamente ao Fórum EconômicoMundial, no final de janeiro. Em outubro do ano passado, Lamy chegoua criar um conselho, que chamou de força-tarefa, para analisaros efeitos da crise financeira internacional nas trocas comerciais.No mês seguinte, preocupado com a escassez de créditopara operações de importação eexportação, convocou uma reunião cominstituições financeiras multilaterais e bancosprivados.