Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Até o final de 2010, o estado do Rio de Janeiro deverá estar ligado por um backbone público. Isso significa que os 92 municípios fluminenses poderão ter a espinha dorsal de uma rede de banda larga, por onde passam os dados dos clientes da internet. Como se trata de uma rede principal, o backbone também captura e transmite informações de redes menores que se conectam a ela.
A informação foi dada à Agência Brasil pelo professor Franklin Dias Coelho, coordenador do projeto Municípios Digitais, da Universidade Federal Fluminense (UFF). “O problema é começar. A partir do início, vai mais rápido.”Em parceria com o governo estadual, a UFF pretende completar ainda este ano o Corredor Digital do Vale do Café, que abrange as cidades de Piraí, Rio das Flores, Barra do Piraí, Valença, Vassouras e Rio Claro, além da Baixada Fluminense, dando início ao backbone público em todo o estado.
O projeto prevê a implantação de um sistema de comunicação digital local, por meio da instalação de computadores nas escolas, nos telecentros dos distritos e nos terminais públicos dos bairros. A idéia é promover a conectividade e garantir o acesso à internet e à banda larga gratuitos.
Numa segunda etapa, será feita a integração dos municípios litorâneos, da região serrana e da divisa com Minas Gerais, revelou Franklin. Os municípios fluminenses onde o processo de conectividade está mais consolidado são Piraí, com 100% da população acessada; Rio das Flores e Quissamã, ambas com 70% de domicílios conectados à internet.
A licitação inicial para a implantação do backbone público está prevista para março próximo, visando a atrair investimento privado para o projeto. Segundo Franklin, várias empresas apresentam padrão de qualidade no estado. “A gente vai exigir qualidade. Quem apresentar [o maior padrão de qualidade], leva”.
O setor privado se encarregará de montar a infra-estrutura do backbone. O restante do projeto vai replicar a experiência do município de Piraí, com o projeto Piraí Digital, que já recebeu vários prêmios, como o Latino-Americano de Cidade Digital de 2004, em Bogotá, Colômbia; e o Top Seven Intelligent Communities, em junho de 2005, em Nova Iorque. Piraí ganhou também, em 2001, o Prêmio Gestão Pública e Cidadania da Fundação Ford e da Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV/SP).
