Ativistas denunciam criminalização dos movimentos sociais

01/02/2009 - 14h38

Amanda Cieglinski
Enviada Especial
Belém (PA) - A criminalizaçãodos movimentos sociais e a perseguição de defensoresdos direitos humanos foram alguns dos principais temas discutido hoje (1º) durante a assembléia final da tenda dos Direitos Humanos,no Fórum Social Mundial (FSM), em Belém. Essas reuniõestemáticas marcam o fim dos debates no FSM.Segundo Darci Frigo, daorganização Terra de Direitos e coordenador de últimaassembléia da tenda dos Direitos Humanos, a criminalizaçãodos movimentos sociais está ligada ao modelo dedesenvolvimento adotado pelo Brasil e outros países.“Esse modelo gera umasérie de violações aos direitos humanos. Quandoas populações locais e os movimentos sociais reagempara garantir esses direitos, sofrem repressões, ameçase processos judiciais”, disse Frigo. Para Frigo, o debatesobre direitos humanos no FSM foi ampliado e permeou diversas áreastemáticas. Durante o início das atividades na manhãde hoje, os participantes fizeram uma plenária livre paradenunciar violações em diversas partes do mundo."Tiveram denúnciasda Índia, do Brasil, da Colômbia. As violaçõesvão desde o trabalho escravo até a discriminaçãodas pessoas que são daliti [tipo de casta] na Índia”, contou outra coordenadora da atividade, Rosa Gonzales.Um dos eixos dediscussão, além da criminalização dosmovimentos sociais, foi o impacto de grandes projetos e a conseqüenteviolação de direitos econômicos, sociais eculturais que eles implicam.A idéia daassembléia é que os movimentos possam se conhecer,trocar experiências e planejar futuros projetos em parceria.“Não é possível um mundo novo, como o Fórumprega, se não forem respeitados os direitos das mulheres,crianças, homossexuais e todos que estão dentro dasociedade”, defendeu Frigo.