Embaixador diz que Israel quer mostrar sua democracia para o mundo

29/01/2009 - 21h55

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O frágilcessar-fogo na Faixa de Gaza entre o Hamas e Israel nãoequivale a um cessar fogo na propaganda “de guerra” adotada porIsrael com a proximidade das eleições paraprimeiro-ministro. Após uma guerra marcada pela morte decivis, pelo ataque a alvos das Organizações das NaçõesUnidas (ONU) e pela morte de crianças, é importante, naavaliação do embaixador de Israel no Brasil, GioraBecher, mostrar ao mundo que “há democracia em Israel”. “É muitoimportante tratarmos de assuntos pacifistas nesse momento e nãoficarmos recordando o último episódio (operaçãomilitar sobre a Faixa de Gaza). Nós temos muito orgulho dedizer que somos uma das únicas democracias do Oriente Médio.Todos temos direito de votar em nosso país”, disse oembaixador, hoje (29), após votar na Embaixada de Israel no Brasil. A urna com o voto doembaixador e dos demais funcionários israelenses deve chegar  a Israel antes do dia 10 de fevereiro, datadas eleições para a escolha do Parlamento israelense(Knesset). Os cerca de cinco milhões de israelenses esperadosnas sessões eleitorais escolhem o partido para representá-losno Knesset, que possui 120 lugares, que são ocupados de acordocom a proporcionalidade dos votos obtidos. A partir de então,começam as coalizões políticas para se fazer oprimeiro-ministro do país.Becher considerou hojeque a operação militar em Gaza não deveinfluenciar diretamente no resultado das eleições.Apesar da ofensiva contar com o apoio de aproximadamente 80% dosisraelenses, na opinião do embaixador, tanto partidos dogoverno, quanto da oposição apóiam a atitude dogoverno de Israel.O embaixador disse que não acredita em uma mudança da políticanorte-americana em relação ao conflito entreisraelenses e palestinos com Barack Obama no poder. A políticados Estados Unidos foi sempre de apoio a Israel. Becher reconheceu oesforço que os EUA e outros países têm feitopara que se chegue a um acordo de paz, mas observou que não setrata de um processo simples e rápido. “Precisamos de tempoe isso o acordo de paz é uma vontade política de todosos lados. Sou um otimista e acho que podemos chegar a ter apoio dosEstados Unidos e de países da União Européia”,disse o embaixador.Disputam o cargo deprimeiro-ministro pelos principais partidos a atual ministra deNegócios Estrangeiros e candidata pelo Kadima, Tzipi Livni; oatual ministro da Defesa, Ehud Barak, candidato pelo PartidoTrabalhista; além do ex-premiê Benjamin Netanyahu,candidato pelo Likud, e que conta com o apoio da extrema direita, quesempre pregou uma reação dura contra os foguetes lançados pelo Hamas.