ONG busca maior participação social no Brasil

07/01/2009 - 17h45

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Tornar a participação social no Brasil mais qualificada é um dos desafios  que o Comitê de Entidades  no Combate à Fome e pela Vida (Coep) tem pela frente, após 15 anos de existência. Foi o que  disse hoje (7) à Agência Brasil a secretária-executiva da entidade, Gleyse Peiter. “São os desafios da mobilização, como um processo de inclusão participativa, ou seja, alcançar uma democracia que seja efetivamente participativa, na qual as pessoas possam estar contribuindo para isso”.Nas comunidades, afirmou, o desafio é   respeitar a cultura local e trabalhar junto com as pessoas,  construindo  uma cidadania ativa.   Para a sociedade  como um todo, o desafio consiste na criação de mecanismos  que permitam aos indivíduos se sentirem estimulados a  contribuir e participar do processo social de forma efetiva.Nas organizações, segundo  Gleyse, o principal desafio  da mobilização é elas entenderem o seu papel público, independente da origem do capital, no sentido de contribuírem para a sociedade e para o desenvolvimento sustentável do país.

 Criado em 1993 pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, o Coep  tem sua atuação fundamentada  em cinco pilares, que incluem segurança alimentar e nutricional; agricultura familiar;  geração de emprego e renda;  fortalecimento da participação social com reconhecimento dos direitos  na aplicação de políticas públicas; e direitos humanos e sociais. “Hoje em dia, a gente ampliou o nosso leque de atuação, tendo como foco o desenvolvimento,  quer dizer, o combate à pobreza na sua forma mais intensa”.

Quando foi idealizado o movimento Ação da Cidadania  Contra a Fome e a Miséria e Pela Vida,  a prioridade do Coep era a doação de alimentos, devido à urgência de  combater a fome de uma multidão de brasileiros. Gleyse afirmou que aquela grande mobilização inicial deu um passo à frente.  

 “Não que não precise mais doar alimento, porque a pessoa que está com fome não assiste à aula, não trabalha.  Então, a questão da assistência permanece em situações mais emergentes, de calamidade. Digo que a gente deu um passo à frente no sentido de melhorar e tentar fazer com que as  comunidades sejam protagonistas do seu próprio desenvolvimento. E fortalecê-las como tal”. A idéia é  que, a partir do fortalecimento da participação das mulheres e dos jovens, por exemplo, as comunidades possam  buscar o seu próprio desenvolvimento, explicou.