Brasileiro precisa criar hábito de usar camisinha, segundo o Ministério da Saúde

30/12/2008 - 23h18

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apesar dorecorde na distribuição de camisinhas em 2008 – umtotal de 406 milhões –, o Ministério da Saúde considera que o número de unidades não é capaz de atender todaa população e alerta que o brasileiro ainda precisacriar o hábito de usar o preservativo.

Odiretor-adjunto do Programa Nacional de DST/aids, Eduardo Barbosa,explicou que a distribuição feita pelo governo tem focoem grupos de risco específicos, mas que a orientaçãoé que todos procurem se prevenir.

“Nossadistribuição é bem planejada até porque,mesmo com esses 406 milhões de unidades, a gente nãoatende toda a população brasileira. Asatividades sexuais da população brasileira sãobem maiores do que a disponibilização do ministério.As pessoas precisam criar o hábito de usar a camisinha e podemadquirir em farmácias populares, a preços maisbaratos”, disse Barbosa, em entrevista ao programa Revista Brasil, daRádio Nacional.

De acordocom ele, a camisinha é, atualmente, o mecanismo mais eficiente para a prevençãode doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e tambémpara o planejamento familiar, mas não é 100% segura.

Aorientação, segundo ele, é que , durante o atosexual, as pessoas prestem atenção nas característicasapresentadas pelo próprio preservativo. Barbosa destacou ainda o uso de gel lubrificante acompanhado dacamisinha para impediro rompimento.

“Acamisinha é extremamente segura. Se as pessoas utilizarem earmazenarem bem, o risco de contaminação pelo HIV émuito insignificante. No final deste ano, um dos dados que maischamou a atenção é que pessoas acima dos 50 anoscontinuam tendo suas atividades sexuais normalmente e estãobastante expostos ao HIV porque, durante toda a vida, nãotiveram a prática do uso da camisinha. É mais fácila gente fazer com que o jovem adote uma postura consistente do uso dopreservativo do que fazer com que pessoas mais velhas revejam suasatitudes e práticas.”

Emrelação à opção do preservativofeminino, ele explicou que há problemas, como a pouca produção,o alto custo e mesmo a dificuldade por parte das própriasmulheres em negociar o uso com os parceiros. Há ainda, segundoBarbosa, críticas de desconforto. Em 2008, 4 milhões deunidades foram distribuídas pelo ministério – amaioria voltada para projetos e programas especiais ondehavia monitoramento do uso. A previsão,para o próximo ano, é de 6 milhões de unidades.