Apenas 5% das unidades de conservação do país têm gestão adequada

18/12/2008 - 17h38

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Das 299unidades de conservação (UCs) espalhadas pelo país,apenas 16 têm gestão considerada satisfatóriapelo Instituto Chico Mendes de Conservação daBiodiversidade (ICMBio), responsável pela administraçãodessas áreas, que somam quase 80 milhões de hectares deterritório.

“Somente5% das unidades estão no patamar da gestão consolidada,desejada”, reconheceu hoje (18) o presidente do Instituto, RômuloMello. Das unidades com “gestão consolidada”, apenas umaestá situada na Amazônia: a Floresta Nacional de Tapajós(PA).

Mais de74% das UCs federais têm “processo insuficiente de gestão”ou “gestão mínima”, segundo dados do próprioinstituto. Na prática, isso se reflete em casos como o doParque Nacional Mapinguari, no Amazonas, em que apenas uma pessoa éresponsável pela gestão dos mais de 1,6 milhãode hectares de floresta.

Cálculosdo ICMBio revelam a necessidade de R$ 3 milhões, em média,para consolidação de cada unidade de conservação.“Isso sem contar os custos da regularizaçãofundiária”, comentou Mello ao detalhar o plano dereestruturação do Instituto, apresentado hoje peloministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

Aestimativa inicial é que sejam necessários mais deR$ 700 milhões para consolidar todas as unidades. A meta éconsolidar 60 UCs em seis anos e chegar a “condiçõesdignas de gestão” em mais 110 até 2012.

A açãomais imediata do plano será a instalação de 11coordenações regionais do ICMBio, para aproximar asunidades da sede e reduzir a burocracia na administraçãodas áreas. As instalações e pessoal para essasunidades “já estão sendo encaminhados”, informouMello.

Asunidades regionais do ICMBio serão instaladas em Porto Velho(RO), Manaus (AM), Itautuba (PA), Belém (PA), Parnaíba(PI), Cabedelo (PB), Porto Seguro (BA), Rio de Janeiro (RJ),Florianópolis (SC), Chapada dos Guimarães (MT) e LagoaSanta (MG).

Minc aproveitou a apresentação das medidas e anunciou para o início de 2009 a criação da unidade de conservação número 300: a Área de Proteção Ambiental da Serra da Meruoca (CE). O ministro também prometeu tirar do papel a Reserva Extrativista de Cassurubá (BA), que há anos é motivo de imbróglio entre grandes empresários de carcinicultura (criação de camarões) e pescadores artesanais da região do Arquipélago de Abrolhos.