Ministros defendem um plano de direitos humanos que envolva todo o governo

16/12/2008 - 19h41

Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O novo Plano Nacional de Direitos Humanos deve ter um caráterclaramente transversal para conseguir fazer frente ao problema dasdesigualdades no país. Essa é a opinião do ministro-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Edson Santos, que participou hoje das atividades da 11ª Conferência Nacional dos Direitos Humanos. Ele defende que as ações nessa área envolvam não só a própria Secretaria Especial de DireitosHumanos (SEDH), mas também todos os outros ministérios e as demaissecretarias do governo.“Eu diria que nós deveríamos ter como princípio essa questão da transversalidade, da interface da questão da igualdade com várias áreas do governo”, disse, em entrevista à Agência Brasil. “Há uma interface grande do Plano Nacional de Direitos Humanos com a ação desenvolvida pela Seppir em prol da igualdade racial”, exemplificou, se referindo à secretaria que está sob o seu comando.Uma posição semelhante é defendida pela ministra-chefe da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), Nilcéa Freire. A ministra disse esperar que o novo Plano de Direitos Humanos venha a reafirmar o resultado da Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres e os princípios e as metas traçados no Plano Nacional de Políticas para as Mulheres.“E eu acho que pode avançar não só nessa reafirmação, mas também no reconhecimento de que as especificidades das demandas das mulheres precisam de um olhar específico”, disse.Um dos desafios, segundo ela, é o aumento na velocidade da diminuição das desigualdades no país. “Para isso a gente precisa aumentar a consciência na própria sociedade e dentro dos governos, estaduais e municipais”, de que são necessárias estratégias específicas.Um exemplo é a questão do acesso das mulheres ao mercado de trabalho. A ministra destacou que não basta apenas criar postos de trabalho. “Porque se não houver creches onde elas possam deixar as suas crianças em segurança, elas não vão poder concorrer a essas vagas”, concluiu.Os ministros participaram dos debates na 11ª Conferência Nacional dos Direitos Humanos, em Brasília. O evento começou ontem (15) e vai até quinta-feira (18).