Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O ministro do Desenvolvimento, Indústria eComércio Exterior, Miguel Jorge, afirmou hoje (15) que, devidoà sua autonomia, o Banco Central (BC) não pode sertachado como governo. "Não considero o BC governo, porque,se fosse, o presidente daria uma ordem, que seria cumprida",disse o ministro durante encontro com empresários em SãoPaulo.Para ele, discutir hoje a autonomia do BC é"voltar a uma discussão de oito anos atrás"."Não me sinto em condições éticas dediscutir as políticas do BC. Também não queroque o presidente [Henrique Meirelles]fale sobre o IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados].”Miguel Jorgeressaltou que, como ministro do Desenvolvimento, acharazoável não ser a favor de fatos que prejudiquem osnegócios internos e externos. O ministro comentou também as perspectivaspara o próximo ano. Para ele, com o atual cenárioeconômico, não é possível fazer qualquertipo de previsão. "Só vamos ter uma posiçãode como será o ano no primeiro trimestre de 2009",afirmou Miguel Jorge.Ele considera ainda incerto o diagnósticopara o próximo ano: "O dólar deve ficar no patamaratual. Sobre as metas de exportações de US$ 202bilhões, se não atingirmos, vamos chegar bem perto."Segundo ele, os impactos da crise no próximo ano serãoreduzidos. "Nosso crescimento depende mais do mercado internoque do externo." O ministro lembrou que alguns empresáriosjá comunicaram que vão manter os investimentos em 2009:"Acredito que a venda da Volks Caminhões [compradahoje pela alemã MAN] é um sinal de confiançano país e de que as empresas vão continuar investindo."Sobre o nível de emprego em 2009, MiguelJorge citou o fato de que pelo menos às montadoras o governotem pedido que "sejam sensíveis. Seria muito ruimqualquer sinal de demissões agora que se reduz o IPI."