Centrais sindicais sul-americanas pedem garantia de manutenção de empregos

15/12/2008 - 5h52

Mylena Fiori
Enviada Especial
Salvador - As centrais sindicais sul-americanas pedirão aos chefes doEstado da região que exijam garantia de manutenção de empregos dasempresas que vêm recebendo apoio governamental para enfrentar a crisefinanceira internacional. As chamadas contrapartidas sociais estarão nocentro do documento final da Cúpula Sindical da América Latina, que será realizada hoje  (15) em Salvador (BA).O objetivo do encontro é construir uma plataforma comum para os trabalhadores do continente. “Éfato que a crise financeira atinge muito fortemente e quaseimediatamente os trabalhadores”, frisa Massias Neto, da Central únicados Trabalhadores (CUT). “Queremos que continue esse processo decrescimento da economia, queremos que os governos se esforcem para quea economia não entre em recessão, mas queremos que isso seja feitopreservando o emprego, protegendo os direitos dos trabalhadores eexigindo contrapartidas sociais de todas as empresas que recebamqualquer apoio governamental”, afirma.Ossindicalistas ponderam que de nada adianta salvar indústrias ou bancosdo sufoco se isso não evitar demissões – o que demandaria iniciativaspúblicas de proteção social.Noâmbito do Mercosul, além do emprego, o foco das centrais sindicais é oprocesso de integração produtiva que finalmente começa a ganharestímulo com a criação de grupos de trabalho setoriais e o lançamentona Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul - que ocorre amanhã (16) na Costa do Sauípe - do Fundo para Pequenas e Médias Empresas doMercosul. "Achamosque a integração produtiva faz com que os benefícios da integração seespalhem por todos os países e todas as regiões e, nesse momento, podee deve ser um instrumento de enfrentamento da crise pois garanteincentivo dos governos a mais setores”, resume. Ascentrais entregarão aos presidentes do Mercosul uma carta com questõesque atingem os trabalhadores do bloco. Ainda está em negociação com osgovernos a apresentação do documento mais amplo à Cúpula da América Latina e do Caribe sobre Integração e Desenvolvimento (Calc), que começa amanhã e vai até quarta-feira (17), também no Sauípe, com 33 chefes de Estado