Efeitos da crise internacional serão reduzidos sobre o setor de energia, analisa ex-ministro

09/12/2008 - 14h25

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ex-ministro de Minas e Energia, Nelson Hubner, acredita que os efeitos da crise internacional sobre o setor elétrico brasileiro não devem  ultrapassar o quadro de redução da demanda por parte das grandes empresas exportadoras, principalmente, dos setores de mineração e metalurgia.Ele disse que, nesse primeiro momento, houve uma redução da demanda pelas  grandes consumidoras de energia, que foram impactadas de forma mais imediata pela crise e reduziram o consumo. De forma geral, contudo, Hubner analisa que os efeitos serão reduzidos. “O setor de energia acompanha muito o crescimento da economia. Tem uma relação direta  entre o crescimento da demanda e o crescimento da economia”. Daí  avaliar que, se houver algum reflexo, será pequeno." “O que a gente já tem sentido é que há um equilíbrio melhor na energia de curto prazo. E isso até ajuda, de certa forma, porque diminui a pressão sobre preço de energia no curto prazo”, afirmou. Hubner destacou, entretanto, que é preciso um acompanhamento dos fatos ao longo do ano para ver quais serão as repercussões da crise sobre a economia e os ajustes que se farão necessários.Ele assegurou que não há maiores conseqüências da crise sobre a economia, uma vez que o mercado regulado é todo contratado com  antecedência. Isso abre espaço para “acomodar um crescimento um pouco acima ou abaixo das previsões”. Por isso, segundo ele, não há problema no Brasil em relação à oferta de energia. "O que pode acontecer, caso o mercado diminua um pouco de tamanho,  haver um  excedente de energia."Como a energia que vai ser produzida daqui a cinco anos está toda garantida, o ex-ministro comentou que “no momento em que tem uma pressão sobre a economia no sentido de redução da demanda, a garantia que o setor de energia dá para a construção desses empreendimentos ajuda no combate a essa pressão de diminuição da atividade econômica no país”.