Parentes de vítimas da TAM dizem que suspensão do indiciamento era esperado

25/11/2008 - 19h04

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A decisão do juiz Helio Narvaez de suspender o indiciamento das dez pessoas que foram responsabilizadas pelo delegado Antônio Carlos Menezes Barbosa pelo acidente com o avião da TAM não gerou surpresa ou revolta entre os parentes das vítimas. Segundo Christophe Haddad, pai de Rebeca, uma das pessoas que morreram no acidente, as famílias já previam que os acusados iriam recorrer à Justiça para não serem indiciados.“Vemos como um processo normal. Era previsível que haveria recursos”, disse ele hoje (25) à Agência Brasil. E acrescentou: “Se nos revoltarmos a cada vez em que ocorrerem esses entraves, a gente vai precisar de muito calmante”.Haddad disse saber que a responsabilização dos culpados pela maior tragédia da aviação brasileira  “será uma longa batalha jurídica”, mas ressaltou que o importante é que os culpados sejam punidos.Mesmo sem ter sido surpresa, a notícia gerou frustração entre os familiares. “Já esperávamos, mas é sempre um pouco frustrante para nós, familiares. Mas é questão de tempo para que a justiça seja feita na esfera estadual ou federal”, disse Dario Scott, presidente da Associação das Famílias e Amigos das Vítimas do Vôo TAM JJ3054 (Afavitam). Ontem (25), o juiz Helio Narvaez suspendeu o indiciamento das dez pessoas que o delegado Barbosa havia indiciado na semana passada. O juiz atendeu a um pedido feito pela ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu e pelo diretor de segurança de vôo da TAM  Marco Aurélio dos Santos de Miranda e Castro para que não fossem indiciados. Em sua decisão, o juiz disse não concordar com o fato do delegado ter divulgado os nomes dos indiciados à imprensa, o que teria violado o direito individual dos acusados. “A inocência é que se presume, a culpabilidade precisa ser comprovada”, disse o juiz, em sua decisão. O acidente com o avião da TAM ocorreu em julho do ano passado, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e provocou a morte de 199 pessoas.