Previsão da economia da América Latina se iguala às piores taxas mundiais, aponta FGV

24/11/2008 - 15h27

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Índice de Clima Econômico (ICE) na América Latinase igualou ao mesmo índice em nível mundial, em outubro. Com a queda de 4,1 pontos em julho para 3,4 pontos no mês passado, o índice mundial atingiu o valor mais baixo nos últimos 11 anos. Os dados são da Fundação Getulio Vargas (FGV) e do InstitutoAlemão (Ifo).Antes, o desempenho da América Latina na pesquisa estava sempre acima da média mundial, desde outubro de 2007.O ICE acompanha o desempenho das economias no mundo e suas expectativas. O indicador é considerado satisfatório quando está acima de5 pontos. Para chegar ao resultado, especialistas são consultados pormeio de questionários, atribuindo notas aos indicadores de seuspaíses. Na última sondagem, foram avaliados 91 países. De acordo com a pesquisa, houve queda dos doisindicadores que compõem o ICE global. O Índice de Situação Atual (ISA)saiu de 4,7 pontos para 3,7 pontos e o Índice de Expectativas ficou em3 pontos, após marcar 3,5 pontos, em julho. A tendência era de queda,mas se agravou com a crise financeira mundial.Entre os países pesquisados, o ICE mais baixo é o doReino Unido (2), seguido do Japão (2,2). A União Européia e os EstadosUnidos tiveram a mesma marca: 3,1 pontos.  A Alemanha teve 3,7 e aFrança, 2,6. Todos os países do grupo chamado BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) têmICEs superiores ao das economias desenvolvidas. De acordo com a pesquisa, a inflação, a insuficiênciada demanda e a falta de confiança nas políticas dos governosinfluenciaram o ICE global. Ao apresentar a pesquisa, a professora da FGV LiaValls avaliou que, apesar disso, a situação pode melhorarcom a posse do novo presidente do Estados Unidos, Barack Obama.“Ele [Barack Obama] está nomeando seus conselheiros etem a idéia de um pacote de choque na economia”, lembrou a professora.“Esse fato novo pode surtir um efeito de melhora nas economiasmundiais, o que implica também efeitos na América Latina e no Brasil.”