Debate morno e propostas vagas no último debate no Rio

24/10/2008 - 23h05

Riomar Trindade
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Um debate morno, com estocadas pontuais de parte a parte apenas no primeiro bloco e praticamente sem apresentar propostas novas e soluções concretas para os problemas da cidade. Esta foi a tônica do encontro entre os candidatos Eduardo Paes (PMDB) e Fernando Gabeira (PV) realizado ontem (24) à noite, na TV Globo, que marcou o encerramento dos debates na televisão.O embate mais agudo ocorreu logo no começo do debate, quando ambos os candidatos – que pretendem conquistar a maioria dos 4,579 milhões de eleitores e governar uma população superior a 6,1 milhões – tentaram descredenciar apoios que um e outro recebeu  no segundo turno das eleições deste ano.Em resposta a uma pergunta de Gabeira – que questionou as evidências do peemedebista para afirmar que o atual prefeito César Maia tenha declarado seu apoio –, Paes afirmou que “todos sabem que o prefeito já declarou seu apoio ao candidato Gabeira. Todos os meus apoios foram apresentados à imprensa, ao contrário do que tem ocorrido com meu adversário”.Gabeira disse que a informação de que César Maia estará em seu governo é mentirosa. E reagiu atirando em um dos aliados de Paes, o deputado petista Jorge Badu, investigado e acusado por suposto envolvimento com milícias. O candidato do PMDB voltou ao ataque. “É a velha tática de se fazer de vítima, deputado. Nessas cinco vezes em que o senhor esteve com o prefeito César Maia, três foram para nomear secretários nos governos dele.”Sobre saúde, saneamento básico, bilhete único e segurança as divergências são pontuais. Na questão do sistema de bilhete único para baratear as passagens, os dois concordam com a adoção do sistema, mas divergem quanto à utilização dos subsídios para empresas. Paes afirmou que o sistema não é necessário, enquanto Gabeira admitiu que pode subsidiar as empresas de ônibus.Gabeira e Paes divergiram pouco em relação a como enfrentar uma eventual epidemia de dengue no Rio de Janeiro no próximo verão. Se necessário, Paes disse que montará um “gabinete de crise” e também usará a estrutura das unidades de saúde para fazer exames de sangue para combater a doença. “Nossas divergências são pequenas”, observou Gabeira e lembrou ser necessário se relacionar com grandes laboratórios para fazer os exames com rapidez.O saneamento básico é um compromisso dos dois candidatos. E para resolver a situação da segurança da cidade, Gabeira e Paes acenaram com o aumento da guarda municipal.Para melhorar a economia do município, Gabeira e Paes pregam investimentos em pólos de desenvolvimento e a redução da carga tributária, embora no caso dos impostos a proposta seja muito vaga.O turismo é uma das vocações do Rio de Janeiro e os dois candidatos dizem que vão incrementar o setor para arrumar divisas para a cidade. Eles também concordaram que governar uma cidade dominada pelo tráfico e pelas milícias é um desafio.