Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A comissão de anistia do Ministério da Justiça declarou hoje (13) oex-governador Leonel Brizola como anistiado político. O pedido foifeito pela viúva de Brizola, Marília Guilhermina Martins Pinheiro. Comisso, ela poderá solicitar que o cálculo da pensão paga pela Câmara dosDeputados leve em conta os dois anos de mandato em que o político ficouexilado.Segundo a presidente da Associação Brasileira de AnistiadosPolíticos, Alexandrina Cristensen, o valor recebido por MariaGuilhermina que hoje é de cerca de R$ 2 mil poderá ficar em torno de R$6 mil. Brizola foi eleito deputado federal em 1962, mas só cumpriu doisanos do mandato, pois, em 1964, teve os direitos políticos cassados efoi exilado para o Uruguai. Com a decisão de hoje, a pensão daex-companheira de Brizola poderá ser calculada com base nos quatro anosde mandato, e não nos dois primeiros, como é atualmente. MariaGuilhermina também deve solicitar à Previdência uma pensão pelos 15anos em que Brizola ficou exilado. De acordo com o presidente da comissão de anistia, Paulo Abrão Pires Junior,Guilhermina, que viveu 11 anos com Brizola, pediu apenas a declaraçãode anistiado, e não solicitou indenização. “Oficialmente, na data dehoje, o Estado brasileiro reconheceu que ela tem esses direitos, agora caberá a ela exercê-los ou não”, afirmou. Segundo ele, a comissão ainda está avaliando os pedidos deindenização dos três filhos de Brizola. “Eles alegam que sofreramperseguição por parte do Estado e que têm direito a algum tipo dereparação econômica”, disse o presidente.  Maria Guilhermina foi a companheira de Brizola depois dofalecimento de sua esposa, Neusa Goulart, em 1993, com quem teve trêsfilhos. Brizola morreu em 2004. A portaria que declara Brizola anistiado político será assinada napróxima sexta-feira (17), em Porto Alegre, durante um evento em homenagem aoex-governador.