Agência de viagens sentem redução de vendas em pacotes para o exterior

13/10/2008 - 19h33

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As agências deviagens aguardam uma redução de 30% a 40% na venda depacotes para o exterior no mês de outubro. A expectativaé do diretor para assuntos internacionais da AssociaçãoBrasileira de Agência de Viagens (Abav), Leonel Rossi Júnior,que culpa principalmente a instabilidade na cotação do dólar pelo desaquecimento das vendas.“Se o dólar seestabilizasse, mesmo que em um patamar mais alto, de R$ 2,10 porexemplo, não haveria essa queda tão acentuada nasvendas. O problema é que as pessoas estão apreensivas. Nãosabem o que vai acontecer, chegam a fazer reservas, mas nãorealizam o pagamento. Querem esperar e ver o que vai acontecer”,explicou Rossi.O setor de turismo éum dos mais sensíveis a crises financeiras. O segmento, deacordo com Rossi, tem percebido que o consumidor tem agido comcautela, mas que ainda não está pensando em nãoviajar para o exterior. “O consumidor só estáesperando por um momento de mais estabilidade”, disse. A reduçãodas vendas nos pacotes internacionais, segundo Rossi, sónão tem sido mais impactante porque existe um percentual muitogrande de viagens que são realizadas por motivo de trabalho.“São executivos que, independente da variaçãodo dólar ou da crise financeira, vão continuarviajando”, destacou.Além disso, comoa crise começou a afetar o Brasil mais nos meses desetembro e outubro, o impacto nas viagens de fim de ano, de acordocom a Abav, foi reduzido. Isso porque a metade do que se costumavender em pacotes para o Natal e Ano Novo já havia sidovendida.Rossi nãoacredita em um aquecimento muito grande do turismo receptivo, devidoa desvalorização do real em relação aodólar ocorrida neste mês. “É necessáriotermos consciência de que a crise está lá fora,principalmente. Mesmo o Brasil ficando mais barato para o turistaestrangeiro, não sabemos se eles vão continuarviajando”, ponderou. De acordo com dados daAbav, no ano passado 5 milhões de turistas visitaram oBrasil. Antes da crise, o setor esperava um aumento de cerca 10% a15%. Segundo Rossi, o aumento poderá ocorrer, mas nãonesse patamar. “Não há muito o que fazer a nãoser esperar para ver o que os governos dos Estados Unidos e dospaíses europeus estão fazendo”, disse Rossi.