Medidas tentam barrar iminente retração de crédito, diz economista

06/10/2008 - 20h03

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - As medidas anunciadas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pelo presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, na tarde de hoje (6), tentam barrar uma iminente retração de crédito no país. A avaliação é do economista conselheiro do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP), Jin Whan Oh."A retração de crédito é iminente. Os bancos já começaram a diminuir suas linhas e o risco para o Brasil de contaminação maior da crise se passaria justamente sobre a balança de pagamento", disse ele, em entrevista a Agência Brasil.O economista analisou que, "em conceito", as medidas do governo são "perfeitas". No entanto, ele questionou a utilização no pacote anunciado de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "Uma coisa a se discutir é a fonte dos recursos aplicados no fomento desse mercado interno. Um dos elementos que o Mantega mencionou eram fundos do BNDES para isso. Estamos falando de fundos que em última instância são fundos subsidiados. E onde tem subsidios significa que o resto da população está pagando", ressaltou. Uma das medidas anunciadas hoje pelo governo será o reforço de R$ 5 bilhões nas linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinada a pré-embarques. O crédito é para embarque de mercadorias para comércio exterior. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a liberação dos novos recursos deve ser aprovada pela diretoria do banco entre hoje (6) e amanhã (7). O economista do Corecon ainda considerou que, apesar das dificuldades na disponibilidade de créditos a exportadores, a balança de pagamentos do país deve ser beneficiada pelo aumento da taxa de câmbio. "A taxa de câmbio já muda de patamar e novamente a economia começa a funcionar. Quando a taxa de câmbio sobe, os preços brasileiros ficam melhores", disse.