Crise não afeta crescimento do PIB, estima economista do Ipea

25/09/2008 - 16h08

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A crise internacional não deve afetar a economia brasileira neste ano e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país pode superar os 5%. A avaliação foi feita hoje (25) pelo coordenador da Carta de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), Marcelo Nonnemberg.“Nem a crise internacional, nem a elevação das taxas de juros vai afetar de forma substancial o crescimento da economia brasileira para 2008. Na verdade, acho que todas as previsões estão sendo revistas para cima e a maioria dos analistas espera um crescimento superior a 5%”, disse.De acordo com estimativas do Ipea, o PIB de 2008 deve ser de aproximadamente 5,2%, conforme divulgado em março. Até agora, o crescimento, no acumulado no ano, já garante uma taxa de 4,7%, mesmo que a variação nos próximos dois trimestres seja igual a zero. O crescimento do PIB no primeiro semestre foi de 6%, o maior desde 2004.O economista do Ipea, no entanto, também não descarta a possibilidade de o crescimento ultrapassar o teto de 5,2%. Segundo Nonnemberg, pesquisas realizadas pelo órgão já estimam que, se o país crescer 0,5%, nos próximos dois trimestres, a economia brasileira atinge a meta.“É possível que a economia cresça mais. É possível que esse teto seja furado. Apenas estamos dizendo que nossas projeções não foram refeitas, mas não ficaríamos tristes se nosso teto fosse superado”, observou. A previsão do governo é de que o PIB cresça de 5% a 5,5%, neste ano.Segundo Nonnemberg, ainda não é possível prever os efeitos da crise internacional no Brasil, que já se ressente com a desvalorização da taxa de câmbio. “Ainda é um cedo”. O economista acredita, que, embora os resultados até a terceira semana de setembro demonstrem continuidade “no dinamismo das exportações”, é possível que elas recuem.“Quando as exportações crescem como cresceram no dois últimos anos, estimuladas basicamente pela elevação dos preços, e os preços das commodities estão em queda no mercado internacional, a gente deve esperar, nos próximos meses, que a redução desses preços internacionais atinjam nossas exportações e elas comecem a cair”, disse.