Congresso dos EUA fecha acordo sobre ajuda ao sistema financeiro

25/09/2008 - 18h18

Da Agência Brasil

Brasília - O Congresso dos Estados Unidos chegou a um consenso sobre as bases do pacote de US$ 700 bilhões proposto pelo governo George W. Bush para ajudar o sistema financeiro. Segundo a BBC Brasil, o acordo foi anunciado agora à tarde pelo senador democrata Christopher Dodd, presidente do Comitê de Bancos do Senado, após quase três horas de negociações entre líderes democratas e republicanos."Alcançamos um consenso fundamental sobre um conjunto de princípios", afirmou Dodd, em Washington, sem dar detalhes. O democrata acredita que a proposta poderá ser ratificada pelo Congresso em votação nos próximos dias. "Nós agora esperamos ter um plano que possamos aprovar na Câmara, aprovar no Senado e em que possamos ter a assinatura do presidente", reiterou o senador republicano Robert Bennett.O pacote e a crise econômica devem ser os temas principais do encontro de hoje, em Washington, entre os candidatos republicano, John McCain, e democrata, Barack Obama, à Presidência dos Estados Unidos, com a presença do atual presidente, George W. Bush.Segundo informações obtidas pela BBC, a Casa Branca teria cedido em dois pontos da proposta original, para facilitar a aprovação do pacote pelo Congresso. O governo teria aceitado limitar os bônus dos executivos de companhias que serão beneficiadas com a ajuda; e também que a implementação do plano passe a ser supervisionada de forma independente.Permaneceria indefinida a ajuda a pessoas com dívidas hipotecárias que correm o risco de perder seus imóveis. Tal ajuda é defendida por Barack Obama e estaria na mesa de negociações.Ontem, durante pronunciamento, Bush afirmou que a crise no país é grave e se nada for feito para contornar a situação, poderá piorar. Em comunicado conjunto, Obama e McCain definiram o pacote de ajuda ao setor financeiro idealizado por Bush como "defeituoso", mas disseram que não devem ser poupados esforços para proteger a economia.McCain suspendeu sua campanha e chegou a pedir o adiamento do primeiro debate entre os dois candidatos, marcado para amanhã, mas Obama não concordou. A Comissão de Debates Presidenciais dos EUA divulgou um comunicado na noite de ontem confirmando o encontro, que será na Universidade do Mississippi.Bush vem tentando convencer o Congresso a aprovar o mais rápido possível um pacote de US$ 700 bilhões para resgatar empresas financeiras em dificuldades. Ele disse ainda que, normalmente, não concordaria com uma intervenção do Estado na economia, mas desta vez o país “não está em circunstâncias normais" e o mercado "não está funcionando adequadamente".Caso o plano de recuperação da economia proposto pelo governo não seja aprovado pelo Congresso, mais bancos podem quebrar, ações irão cair ainda mais, faltará crédito para consumidores e muitos americanos poderão perder seus empregos, afirmou Bush em seu discurso.