Congresso internacional avalia cumprimento das Metas do Milênio

22/09/2008 - 6h07

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Cerca de mil pessoas estarão reunidas nesta semana em São Paulo para avaliar o cumprimento das oito Metas do Milênio,estabelecidas em 2000 pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo deassegurar o desenvolvimento global. Elas participam do 2ºCongresso Internacional de Direitos Humanos, aberto nesse domingo (21) no auditório do Anhembi. De acordo com o presidente do evento, Ricardo Castilho, aintenção é fazer um balanço do que está sendo feito no Brasil e no mundo paraque os oito objetivos pactuados por 191 países sejam alcançados: acabar coma fome e a miséria; oferecer educação básica e de qualidade para todos; promover a igualdade entresexos e valorizar a mulher; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúdedas gestantes; combater a aids, a malária e outras doenças; aumentar qualidade de vida eo respeito ao meio ambiente; trabalhar conjuntamente pelo desenvolvimento.Castilho explicou que as nações da ONU têm até 2015para cumprir as oito metas. Porém, disse ele, “se continuarmos como estamos,não vamos alcançá-las. A maior parte dos países em desenvolvimento avançoupouco. O Brasil não é diferente”.Ele lembrou que, anualmente, 1 milhão depessoas morrem de malária por ano no país, 18 milhões de brasileiros ainda sãoanalfabetos e muitos cidadãos sobrevivem com menos de U$ 1 (cerca de R$1,80) por dia. “Nossas políticas de combate à fome e à miséria são um engodo.Talvez por conta delas, as pessoas não saem nunca da pobreza”, acrescentou,criticando  programas sociais do governo federal, como o Bolsa Família.Castilho afirmou, entretanto, que no combate à aids o Brasilvai bem. “Somos o único país em desenvolvimento com uma política de combate à aidsconsiderada modelo”. A partir do encontro, disse o presidente, será elaborada a CartaBrasil de Direitos Humanos 2008. O documento vai ser enviado a órgãosgovernamentais e não-governamentais nacionais e do exterior, e também à própriaONU.De acordo com Ricardo Castilho, inicialmente, esta carta deveconter um pedido para que as Nações Unidas incluam uma nona meta no rol deobjetivos para o milênio: a não-discriminação.