Renda do trabalho cresce em ritmo mais lento

18/09/2008 - 11h26

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O rendimento médioreal mensal do brasileiro obtido com o trabalho cresceu de 2006para 2007, só que de forma mais lenta do que nostrês anos anteriores. É o que constatou a PesquisaNacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2007, divulgada hoje(18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE).O aumento real da rendafoi de 3,2% de 2006 para 2007. De 2005 para 2006, o aumento foi de7,2% e de 2004 para 2005, foi de 4,5%. Ocrescimento acumulado desde 2004 foi de 15,6%. O rendimento médioreal dos trabalhadores, em 2004, era de R$ 827; em 2005, de R$864; e, em 2006, de R$ 926. Em 2007 o rendimento médioalcançou R$ 956.As duas regiõesque mais se destacaram no período foram a Centro-Oeste (8,0%) e a Norte (5,7%). Em relaçãoa 2006, a Região Nordeste obteve aumento de2,2% na renda e o Sul, 3,8%. O Sudeste foi a região que menos cresceu,apresentando um aumento de 1,9%. A grande diferençaregional também foi evidenciada pela Pnad. O menor rendimentofoi o do Nordeste, R$ 606, enquanto a Região Centro-Oesteapresentou o maior valor, R$ 1.139, quase o dobro da renda médianordestina.Mesmo assim, a pesquisaidentificou a tendência de melhoria na distribuiçãode renda no Brasil. O índice de Gini (índice que medea diferença entre os mais pobre e mais ricos do país),manteve a queda que vem sendo registrada desde 2004, quando marcou0,547. Em 2005, o índice de Gini foi de 0,543, e em 2006,de 0,540. No ano passado, a Pnad apurou índice de Gini de 0,528. Entre os estados nordestinos a desigualdade de renda diminuiu mais na comparaçãode 2007 com 2006: passou de 0,565 para 0,547. Na Região Norte,a concentração de renda se manteve estável e noSudeste, caiu de 0,523 para 0,505. A região Sul passou de0,502 para 0,494 e o Centro-Oeste apresentou aumento de concentração,com o índice de Gini passando de 0,541 para 0,551. A pesquisa apontouainda que as remunerações médias dos empregados,incluindo aqueles com carteira assinada, os militares e estatutáriose os outros sem carteira, registraram ganho real de 3,2%, de 2006para 2007. No entanto, os empregados com carteira tiveram ganhosmenores em relação a 2006, cresceram 1,8%. O rendimento dosmilitares e estatutários aumentou 2,3%, no entanto, aremuneração que mais cresceu foi a dos empregados semcarteira assinada: 5,2%. O rendimento médio real dostrabalhadores domésticos também cresceu 4,8%, de 2006para 2007. No caso dos trabalhadores por conta própria, essecrescimento foi de 17,0%.