PIB deve crescer 4,5% em 2009 apesar da crise internacional, prevê Coutinho

18/09/2008 - 18h59

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A crise internacional  gerada pelo crise de crédito imobiliário nos Estados Unidos vai reduzir o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2009, mas, ainda assim, o crescimento será significativo. A análise foi feita hoje (18) pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho.

“O importante é que a taxa de crescimento no Brasil vai ceder muito pouco. Nós estamos crescendo em torno de 5%. Podemos cair para, certamente,  um número acima de 4%, 4,5% possivelmente. É um crescimento extraordinariamente favorável. E numa circunstância muito difícil”, opinou Coutinho sobre o PIB, que é a soma dos bens e serviços produzidos no país. Segundo ele, a maioria dos países projeta  redução mais forte em suas taxas de crescimento.

O presidente do BNDES avaliou que a economia brasileira tem condições de sustentar um ciclo de investimento muito vigoroso com base no mercado doméstico, investir em infra-estrutura  e continuar sendo competitiva, com a exportação de commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no exterior), ainda que o cenário internacional seja desfavorável. “O conjunto dessas oportunidades de investimento confere à economia brasileira  uma condição diferenciada”, apontou.

Coutinho acredita que o Brasil conseguirá ultrapassar  o atual momento de turbulência no mercado de capitais. “Já ultrapassamos um ano de teste, desde o início da crise subprime [títulos hipotecários que não exigem garantias] e o Brasil passou praticamente incólume. Temos agora um teste difícil. Mas eu tenho convicção de que a gente pode ultrapassá-lo com bastante sucesso e sair dele até mais forte”, avaliou.