Perícia conclui que equipamentos da Abin não fazem escuta telefônica

18/09/2008 - 16h18

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Instituto Nacional deCriminalística da Polícia Federal apresentou hoje (18)as conclusões da perícia realizada em 16 equipamentosutilizados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin)que, de acordo com denúncias, teriam a capacidade de realizarescutas telefônicas. De acordo com orelatório, nenhum dos equipamentos enviados para perícia“têm capacidade, isolados ou em conjunto, para demodularsinais de telefonia celular nos padrões GSM, CDMA e PCS”.O pedido de períciafoi feito pelo Gabinete de Segurança Institucional daPresidência da República (GSI) e o resultado encaminhadoà Comissão Mista de Controle das Atividades deInteligência do Congresso Nacional.O GSI tambémqueria saber se os aparelhos teriam recursos para gravaçõesde conversas telefônicas originadas de sistemas de telefoniafixa digitais, como é o caso das centrais telefônicas doSenado e do Supremo Tribunal Federal (STF). Neste caso, a períciaindicou, também, que os equipamentos não têm“capacidade para realizar a decodificação econseqüente gravação de conversas telefônicasrealizadas por meio de sistemas de telefonia fixa digitalponto-a-ponto”.Os peritos da PolíciaFederal afirmam que alguns aparelhos, como um gravador de linhatelefônica e o Oscor 5000, podem gravar conversas telefônicasoriginadas de uma telefonia fixa digital, mas que tenha do outro ladoda linha um sistema analógico. Outro equipamentoencaminhado para perícia pelo GSI, o Stealth LPX GlobalInteligence Surveillance System CDMA & GSM, seria utilizado parainterceptação móvel e de correspondênciaseletrônicas (e-mail), de acordo com publicaçõesna imprensa. Segundo a Polícia Federal, esse equipamento “étípico para uso em interceptações de áudioambiental”.Os peritos dizem norelatório que esse equipamento permite o acionamento remoto deseu transmissor a partir da estação de controle,utilizando modulação digital cifrada, com alcance emambiente interno superior a 200 metros. “No entanto [oequipamento em questão] não possui capacidade parainterceptar, demodular e decodificar sinais provenientes de telefoniamóvel e dados oriundos de redes telemáticas”, atestamos peritos da Polícia Federal.