Itagiba diz que é cedo para isentar Abin de escuta ilegal

18/09/2008 - 19h01

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente daComissão Parlamentar de Inquérito da EscutasTelefônicas Clandestinas da Câmara, deputado MarceloItagiba (PMDB-RJ), disse que ainda é cedo para tirarconclusões sobre o laudo divulgado hoje (18) pela PolíciaFederal da perícia nos equipamentos adquiridos pelo Exércitopara a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). “Eu não digonem que isenta nem que culpa a Abin, até porque nãocabe, nesse momento em que as investigações ainda estãoem prosseguimento, eximir alguém do que quer que seja. Achoque as investigações têm que ser aprofundadas eos outros equipamentos periciados”, disse.Marcelo Itagiba nãodescarta a possibilidade de a CPI mandar fazer uma nova perícianos equipamentos. “A CPI é umórgão independente e isento, um órgão doCongresso Nacional que está fazendo averiguaçãodessa questão da interceptação telefônicano país. Então a melhor maneira de fazer a averiguaçãodisso tudo é através da perícia da própriacomissão parlamentar de inquérito”, disse. A nova perícianos equipamentos da Abin deverá ser realizada por técnicosdo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicaçõesda Universidade de Campinas (Unicamp). Itagiba informou queestá aguardando um novo laudo dos equipamentos, que deve serenviado à CPI pelo Exército.De acordo com opresidente da CPI, é preocupante a possibilidade da Abinpossuir aparelhos que podem realizar escutas ambientais. “O laudo trásinformações importantes de que a Abin possuiequipamentos capazes de fazer escutas ambientes, o que ela nãodeveria possuir. Ela não é polícia e, portanto,não pode ter esse tipo de equipamento”.Itagiba disse que nomomento não há como isentar a Abin do grampo daconversa do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro GilmarMendes, com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), sóapós a conclusão de todas as análises técnicasnos equipamentos da Abin.