Instituições privadas concentram maior parte dos universitários

18/09/2008 - 14h56

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2007 mostram que 76% dos universitários do país estão na rede privada. Ainda que essas instituições não figurem entre as mais bem avaliadas pelo Ministério da Educação, abrangem a maior parte dos alunos de nível superior, contingente que cresceu 4,3% no ano passado, menos de um terço do que em 2006, quando a expansão foi de 13,2%.  Divulgada hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pesquisa traz um perfil dos cerca de 56,3 milhões de estudantes do país, dos quais 10,9% são universitários. Com a entrada de 300 mil alunos na rede privada em 2007, o contingente nessas instituições cresceu 0,5 ponto percentual em relação ao ano anterior e chegou a 4,7 milhões pessoas. Na rede pública, o avanço foi de 100 mil, somando 1,5 milhão de estudantes. Os dados mostram também que, ao contrário do que ocorre nos demais níveis de ensino (infantil, fundamental e médio), em que a educação pública predomina, as instituições privadas abrigam a maior parte dos estudantes universitários.Segundo uma das coordenadoras da Pnad, Marcia Quintslr, o fato de o crescimento do contingente no ensino superior ter sido menor em 2007 não é relevante. Para ela, “chama atenção o crescimento persistente após um salto de 13,2%”, puxado, por exemplo, por programas de concessão de bolsas do governo federal.No Norte e no Nordeste, a porcentagem de universitários na rede pública (35%) é maior do que a das demais regiões. Em escolas públicas no Sudeste, Sul e Centro-Oeste estão 18%, 21,1% e 27,5% dos alunos, respectivamente.Segundo Marcia Quintslr, Norte e Nordeste devem ter um número menor de instituições privadas, proporcionalmente, do que o restante das regiões. Isso pode ser explicado, segundo ela, por um desinteresse do setor por esses estados.A Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior discorda e argumenta que tem aumentado o número de escolas privadas à medida que a economia cresce, principalmente na Bahia e em Pernambuco.