Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) conseguirá fechar 2008 com o orçamento positivo, disse hoje (18) o presidente da instituição, Luciano Coutinho. Segundo ele, aportes do Tesouro Nacional no valor de R$ 15 bilhões, bem como aportes sinalizados de R$ 7 bilhões do Fundo de Investimento em Infra-Estrutura do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) colaboraram para que o orçamento do ano não fechasse no vermelho.
“Nós temos condições de, nos próximos meses, dar oxigênio ao investimento produtivo no país”, afirmou.
A preocupação, agora, é com o segundo semestre de 2009 e com 2010. “Mas, nós temos tempo de equacionar isso”, disse Coutinho. Ele afirmou que não há dificuldade de captação para o BNDES, o problema refere-se ao custo, diante da crise externa. “Nós não queremos pegar dinheiro caro, sem necessidade. Nós estamos no ápice de uma crise de aversão ao risco no sistema global”, destacou.
O orçamento do BNDES previsto inicialmente para 2008 era de R$ 80 bilhões. “Mas, certamente, vamos ultrapassar essa marca, por conta do deslocamento de recursos”. Coutinho avaliou que os desembolsos do BNDES poderão alcançar este ano algo em torno de R$ 85 bilhões. Ele acrescentou que, se esse valor for ultrapassado, o banco fará o necessário para que o investimento no país seja realizado.
“O recado é o seguinte: não faltarão recursos para suportar investimentos produtivos de alto retorno e de alta qualidade no país”. A disposição do governo nesse momento de transição, destacou Coutinho, é manter a disponibilidade de crédito para investimento, “compreendendo que o interesse essencial para o desenvolvimento do país é que a taxa agregada de investimento continue subindo, porque ela é responsável pela criação de oferta futura”.
Coutinho garantiu que o BNDES estará preparado para responder postivamente às necessidades de financiamento dos investimentos. Mesmo com o atual momento de “estresse” do sistema financeiro internacional, ele disse que a posição do BNDES se mantém “muito líquida e confortável”.
Considerando o volume de projetos aprovados pelo banco, ele admitiu, inclusive, que os R$ 90 bilhões, projetados preliminarmente para desembolsos em 2009, tendem a ser ultrapassados.